Capítulo 128

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- Não é uma boate esquisita - eu falei e ri - é uma boate gay, mãe. Vamos hoje sim.

- Vocês vão ter cuidado?

- Todos os cuidados possíveis e impossíveis. - Caio disse

- Qualquer coisa vocês me ligam.

- Pode deixar, a gente liga. - foi minha vez de falar

Após o almoço, eu peguei todo meu material de estudo e espalhei na mesa de refeições que era bem maior que a mesa que tinha no nosso quarto. Passei a tarde inteira estudando e o Caio grudado no bendito videogame.

- Você não vai estudar, não? - Eu ouvi nossa mãe falar com ele lá para o quarto

- Deixa só eu terminar aqui rapidinho... - Caio disse

Ela veio resmungando até onde eu estava.

- Você precisa dar um jeito nesse menino! - ela me disse - Esse videogame tem que sumir.

- Eu? Mas a mãe é a senhora.

- Depois que a gente casa, mãe não tem muito poder. Então, passei esse problema pra frente. - ela riu

- Bonito, viu?

- É, meu amor, é a parte difícil do casamento. Deixando de brincadeira, continue seus estudos, vou lá para o quarto.

Eu coloquei um fone de ouvido para abafar um pouco a barulheira do videogame e passei a tarde inteira estudando. Minha mãe saiu do quarto quase no finzinho da tarde, ela saiu para fazer um lanche pra gente. O Caio passou a tarde inteira jogando aquele troço e não leu uma linha sequer e eu sabia que ele tinha um mundo de matéria para estudar.

- Eu não acredito que ele ainda está lá! - ela disse ao sair do seu quarto

- Pois acredite.

- Tá com fome?

- Tô sim.

- Vou fazer um lanche pra gente, então.

- Eu lhe ajudo.

- Não, não. Você continua aí estudando.

- Eu já terminei, posso lhe ajudar.

- Ah, se você já terminou, então, eu aceito a ajuda.

- Vou só guardar minha bagunça.

Eu recolhi meus livros e cadernos e os levei para o meu quarto. Passei pelo quarto onde Caio estava e, como a porta daquele vivia aberta, eu fiquei encostado na porta assistindo ele jogar. Ele sequer piscava e a cada pulo que o personagem dava no game, eu tinha a impressão que ele jogaria o controle para longe; eu acabei rindo de como ele se comportava na frente do game.

- Você vai brigar comigo? - ele perguntou quando se deu conta de que eu estava na porta observando-o

- Eu não! - eu fui até ele e o beijei - Você sabe o que faz.

- Isso é uma bronca!

- Claro que não, se você quer ficar aí igual um maluco jogando o dia inteiro e esquecendo da vida, você que sabe...

- Isso é uma bronca! - ele me deu mais um beijo

- Se você continuar assim, qualquer dia você vai ver esse videogame aprender a voar. Nossa mãe tá doida para dar asas a ele.

- Agora, isso foi uma bronca e uma ameaça.

- Claro que não, você sabe o que faz...

- Já desliguei!

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora