Capítulo 148

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- Vai se preparando para me emprestar seu precioso carro. - eu disse ao Caio

- A gente compra um pra você.

- Amorzinho, desce para a terra! - eu falei rindo

- A gente compra, amor...

- Não, não. Não temos garagem pra isso, já que nossa mãe sempre ocupa a segunda vaga, não tem necessidade e eu não tenho vontade. Quero seu carro emprestado!

- O meu carro?

- Você não disse que era nosso carro, amor? Pois agora ele vai ser nosso mesmo! Quem mandou você me colocar para tirar carteira. Agora aguenta! - eu ri malandramente

Eu estava, ansiosamente, esperando esse momento, ele me atentou tanto, mas tanto com aquela carteira... agora era minha vez de atentá-lo. Era uma atentação com um fundinho de verdade, ele quis tanto dividir o volante comigo, agora ele iria dividir de verdade.

Nossos cocos, açaí e abacaxi foram servidos. Eu não sei nem o porquê dele pedir um coco inteiro, ele nunca tomava um coco todo.

- Credo, isso é horrível. - ele disse tomando o açaí

- Por isso que eu não quis. - eu ri ao ver a careta dele provando o "açaí"

- Isso tem gosto de guaraná e não de açaí.

- De açaí só a cor mesmo! Meu abacaxi tá gostoso pra caramba!

Qualquer pessoa do Norte morando no Sul/Sudeste passa por isso! O açaí que a gente encontra para as bandas de cá, quase nunca é igual ao açaí da região Norte e quem é acostumado a tomar o açaí do Norte, muito, muito dificilmente se adaptará ao "açaí" do RJ, por exemplo. Eu estou aqui há anos e até hoje eu não tomo açaí daqui do RJ. Às vezes, quando vou fazer as ações voluntárias na região Norte, eu trago um pouco do açaí "do bom".

- Me dá um pouquinho? - ele já foi pegando o abacaxi

Como eu já sabia, ele só fez provar o coco e deixou em cima da mesa. O açaí foi só para estragar mesmo, mas meu abacaxi ele comeu tudo.

- Fala, Bibete! - ele disse ao atender o telefonema - A gente tá aqui na Tijuca... Não, vamos comemorar a carteira do Cadu... É, agora ele já pode dirigir enquanto a gente enche a cara... Você tá onde?... Beleza, saindo daqui a gente passa aí pra te buscar.

- Onde ele está?

- Na universidade!

- O que é que ele está fazendo essa hora lá?

- Não sei!

A gente ficou mais um pouquinho até eu terminar de tomar a minha água de coco e a do Caio. De lá, nós fomos até a Universidade buscar o Rui.

- E aí, motora? - ele falou comigo ao entrar no carro

- E aí!

- Fala, Filete!

- E aí, Bibete! O que você tá fazendo uma hora dessas aqui na Universidade?

- Ah, eu vim pegar uns livros na biblioteca. Eu esqueci de pegar de manhã, sem os livros eu não faço o trabalho para entregar amanhã.

- Você ainda vai fazer? - eu perguntei

- Vou!

- Corajoso, você!

- Por quê você tá falando isso?

- Eu levei uma semana inteirinha para fazer esse trabalho. É cada cálculo doido...

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora