Capítulo 84

170 19 5
                                    

Nós fomos conversando coisas aleatórias até chegar em São Lourenço. Conversar nunca foi um problema para nós, os assuntos surgiam um atrás do outro, naturalmente; nós ficávamos horas e horas conversando sobre tudo. Como é bom ter uma pessoa na mesma energia que a sua! Como é bom ter uma pessoa com quem você conversa sobre tudo!

Ao chegar na rodoviária de São Lourenço, eu fiquei chocado, praticamente não tinha carros na cidade. Nós fomos para o hotel no único táxi que existia na época e nem era um táxi fixo da cidade. Nós fomos passando pelas ruas e fui achando a cidade um charme. No hotel, como tínhamos chegado no final da manhã, nós deixamos nossas mochilas e fomos atrás de algo para comer. Não achamos nenhum restaurante vegetariano, mas Caio e eu conseguimos fazer adaptações no prato de um restaurante "carnívoro". Se tem uma coisa maravilhosa nesse nosso Brasil é a comida mineira, a comida é simplesmente deliciosa. A gente estava com tanta fome que poucos falamos durante o almoço.

Saindo do restaurante, Caio nos levou para andar de charrete pela cidade. Não gostei muito, pois o cavalo estava ali sofrendo em um tempo que existem carros. Mas não falei nada para o Caio, já que ele estava tão empolgado, tão feliz. Quando eu conseguia parar de olhar para o cavalo, eu olhava a cidade e confirmei o que vi enquanto vínhamos para o hotel. A cidade era um charme!

Após o passeio de charrete, nós fomos ao Parque das Águas e eu amei aquele lugar. Era lindo! Era imenso e repleto de plantas para todos os lados, tinha também fontes de águas naturais que nós podíamos beber das águas que saíam delas. Eu digo águas, no plural mesmo, pois de cada fonte saía uma água diferente: alcalina, sulfurosa, etc. E cada água dessa fazia bem para alguma coisa no nosso corpo. Ali tinha também um gás que inalado fazia bem para muitas coisas, Caio, Rui e eu cheiramos muito o tal gás na sacanagem e bebemos bastante água.

- Gostando? - ele colocou o braço sobre meus ombros, estávamos sentados em um banco após beber água de uma fonte.

- Isso é lindo, Caio! - Luh disse

- É lindo mesmo! - eu disse

- Eu tinha certeza que você ia gostar - ele me disse

- Você tem muita certeza de muitas coisas. - eu falei sorrindo

- E não costumo errar, não.

- Você se acha muito! - eu sorri para ele

- Vamos dar mais uma volta pelo parque? - ele sorriu

Nós fomos andando e chegamos em um local onde tinha uma plantação de bambus e um palco a céu aberto (não tão aberto por causa dos bambus), havia lá um artista tocando saxofone. Eu fiquei completamente encantado e emocionado com a apresentação que ele fez. Nós sentamos em um dos bancos que ficavam de frente para o palco e assistimos o artista se apresentar. Eu me deixei levar pelo momento, pela música linda...

- Você fica lindo assim! - ele disse no meu ouvido

Eu ficava encantado com o Caio e isso desde a nossa época de escola. Ele sabia ser luz, onde tudo era escuridão, sabia ser paz em momentos de conturbação. Ele carregava uma incrível luz solar por dentro, era capaz de aquecer a minha alma, mesmo quando o inverno rigoroso da vida insistia em permanecer. Ele era um sonhador que não desistia fácil, pois suas asas estavam sempre muito bem preparadas para voar em busca de seus objetivos e, se o derrubassem, ele se reerguia, mais forte e mais resiliente. Ele tinha intuição e intensidade além do normal. Ele era amigo de verdade, daquele que eu não poderia viver sem. Ele era a canção mais desejada e aquele lindo caminho do pôr do sol perfeito. Ele era um cara protegido por anjos, ao mesmo tempo um anjo na terra, para mim. Ele fazia toda a diferença no meu mundo. ***

Estar ali com ele foi muito importante para mim. Estar com o Caio era algo natural para mim, não tinha nada forçado, a gente agia como se nos conhecêssemos a vida inteira. Estar ali ouvindo aquela apresentação linda com o Caio me fazia respirar. Estar ali me fez esquecer meus problemas e minhas tristezas.

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora