Capítulo 179

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Os últimos meses daquele semestre passaram voando... Depois de conversar muito com meu marido, minha mãe e seguir o tratamento com a doutora Lúcia, eu passei todo o semestre como previsto: extremamente sobrecarregado, mas feliz. Eu tinha um marido incrível e o fato de eu não ter muito tempo não afetou em nada a minha relação com ele, pois eu sempre dava um jeitinho para ficarmos juntos, eu sempre pensava em algum jantar mais romântico, uma noite diferente. Eu sempre busquei ficar perto dele independente da minha sobrecarga na Universidade. Assim, ao contrário do Edu, nós aproveitávamos cada segundo que tínhamos juntos. Aquele foi o primeiro semestre que nós vivemos sozinhos em casa, tendo que lidar com tudo. Foi o semestre em que nós sentimos realmente o peso e as responsabilidades de um casamento. Não foi um semestre fácil para nós, mas depois da fase estressante do início do semestre, nós reencontramos nosso equilíbrio e sintonia.

Apesar disso, nossas brigas e conversas tensas diminuíram muito, pois como aprendemos a tirar um tempinho para nós, nós passamos a não deixar os problemas nos afetarem tanto. Obviamente, que as brigas e discussões não sumiram, elas permaneceram, mas aconteciam com uma frequência muito menor. Ao contrário dos nossos amigos que tiravam férias um do outro, nós dois precisávamos ficar juntos e cuidar um do outro. Aprendemos a aliviar a rotina pesada, o estresse e a tensão um do outro com pequenos gestos no dia a dia.

A gente aprendeu que sempre tínhamos que tirar um tempo para nós dois, longe de tudo e todos, por isso, os carinhos eram mútuos. Às vezes, ele reservava um quarto de hotel para nós curtirmos só nós dois e sair um pouco da nossa rotina doida, outras vezes nós íamos só nós dois para a casa de campo. O que eu mais gostava era ir para a casa de campo só nós dois, eu sempre voltava reenergizado, recarregado... O "problema" dele com minha mãe continuou existindo, mas evitávamos ao máximo tocar nesse assunto, o problema é que só evitar nunca resolve nada e uma hora o problema precisa ser resolvido, por bem ou por mal.

Quando ele não estava muito atarefado, eu chegava em casa, encontrava o jantar pronto e a mesa arrumada. Sempre tinha uma vela ou uma flor... alguma coisinha que amenizasse minha rotina pesada e me fizesse sentir muito bem ao chegar em casa e poder beijá-lo. Claro que esses carinhos que ele fazia não vinham em uma via de mão única. Eu fazia as mesmas coisas por ele. Quando eu estava em casa, eu fazia o jantar/almoço e esperava por ele com a mesa arrumada. Quando ele estava muito cansado, eu fazia massagem. Planejava algumas noites mais sensuais, sexys e diferentes pra gente. Quando não tinha nada disso, a gente só ficava juntinhos ou na cama ou lá na varanda. Ele tocava violão para mim. Fazíamos uma noite de vinhos só pra gente e ela sempre terminava na cama. Foi assim que fomos levando aquele semestre louco e fomos aprendendo a equilibrar nossas atividades acadêmicas (que não eram poucas!), nossa vida social com nossos amigos e nossa vida em conjunto enquanto casal.

Eu ficava encantado com o jeitinho protetor que ele tinha comigo. Ele ficava de olho em mim, sempre que eu apresentava algum quadro de ansiedade, tristeza, confusão... ele logo me perguntava se eu estava bem, ficava comigo e se certificava de que eu continuava com as sessões de terapia. Foi um semestre estressante, bagunçado, confuso... tiveram muitas brigas, muitas situações difíceis. Mas nós dois conseguimos superar todas essas situações e isso me deixou feliz, pois me mostrou que nossa relação era uma relação madura, não era algo que qualquer ventinho derrubava.

Depois que eu voltei às sessões, minha mãe se certificou de que eu não faltaria em nenhuma e por isso eu realmente não faltei, pois ela foi em todas as sessões comigo até aquilo virar rotina e eu não querer mais faltar. Seguir com as sessões me ajudou a lidar com toda a mudança que aconteceu na minha vida, meus traumas, minhas frustrações, minhas tristezas e decepções. Eu passei a olhar a pesquisa com outros olhos e com isso comecei a aprender muito com meus colegas. Eu me dediquei muito, muito mesmo e consegui bons resultados no final do semestre.

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora