Capítulo 7

83 14 1
                                    

Naquela manhã, eu acordei às 4h30, tomei meu banho e me arrumei sem fazer o mínimo barulho, pois todos ainda estavam dormindo. Quando deu 5h, eu já estava a caminho da estação de trem. Eu fui andando pelas ruas desertas e escuras morrendo de medo, fui rezando para que nada me acontecesse e que eu pudesse chegar tranquilamente no meu local de trabalho, e assim aconteceu.

Eu cheguei um pouquinho antes das 7h, fui ao RH e a Fabiola ainda não havia chegado. Então, foi o Heverton, que trabalhava junto com ela, que me levou até a pessoa responsável pelo setor onde eu ia trabalhar, seria ele quem me informaria as minhas funções e como realiza-las.

- Alex, bom dia! – Heverton acenava para o colega

- E aí, Heverton? A que devo a honra da sua presença na Geladeira? – Eu vim descobrir nos próximos dias que Geladeira era onde eu iria trabalhar, era o nome que o pessoal dava para a área onde descarregávamos as cargas que chegavam nos caminhões para reabastecer o supermercado.

- Eu vim te trazer teu novo auxiliar. Esse aqui é o Carlos, ele foi contratado para a vaga de repositor de estoque.

- Até que enfim vocês me ouviram, não? Seja bem-vindo, Carlos.

- Obrigado! – eu disse

- Bom, eu deixo ele com você. Você já sabe o que precisa fazer.

- Beleza, Heverton. Até mais – ele disse vendo o colega se afastar e retornar pelo caminho que nós havíamos acabado de percorrer – Vem cá, Carlos. – Ele me levou a uma sala que tinha uma cortina estranha na entrada – Aqui nesse espaço é onde ficam os uniformes, o seu deve demorar a chegar, mas você pode usar esse aqui por enquanto – ele me entregou um macacão grosso e mais um outro uniforme que era composto de uma camisa e uma calça – sem isso aqui, ele apontava para o macacão, você não entra ali – ele apontou a sala que ficava em frente de onde estávamos e que também tinha a mesma cortina estranha na entrada.

Ele me explicou minhas atribuições. Não era nada complicado, eu teria somente que descarregar mercadorias dos caminhões e separa-las por categoria. Feito isso, depois eu teria que leva-las para dentro do supermercado. Eu deveria respeitar a solicitação feita pelo controle de estoque, eu só poderia levar lá para dentro o que fosse solicitado.

Eu vesti meu macacão e logo comecei a trabalhar sob a supervisão do Alex. O trabalho era pesado, eu tinha que carregar caixas e fardos bem pesados, mas eu trabalhava feliz. No final do dia, o Alex me parabenizou por ter feito tudo direitinho e se despediu de mim.

Eu sai do supermercado e fui direto para a pensão. Naquele dia, eu estava morto de cansaço. Dentro do trem, voltando para casa, eu fui trocando mensagem com o Edu e contando como tinha sido meu primeiro dia. Ao chegar na pensão, eu fui direto ao banheiro e depois para meu quarto. Eu só queria descansar um pouco.

- Cadu? – eu ouvia longe – Cadu? – senti alguém me cutucar levemente – Cadu? - Eu abri os olhos e vi o Edu me olhando – Vem jantar!

- Oi! – eu disse ainda dominado pelo sono e o cansaço

- Vem jantar!

- Que horas são, Edu?

- 20h, acabei de chegar e dona Carmem me disse que você tá aqui no quarto desde a hora que chegou.

- É, eu cheguei morto de cansaço aí deitei aqui e acabei adormecendo.

- O dia foi puxado?

- E como!

- O meu também não foi nada fácil! – ele se deitou ao meu lado na cama o que fez a gente ficar colado um no outro, pois a cama não era lá grande coisa.

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora