Capítulo 150

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- Amor... amor... como você consegue? Como você consegue fazer isso? Olha isso! - mais uma vez ele segurou minha mão e levou até seu membro que já estava ereto novamente

- Você quer mais?

- Eu não sei o que eu tô sentindo, eu só sei que quero te amar mais, muito mais. - ele me beijou

Após os beijos, ele me afastou com carinho, se ergueu sobre mim, foi me beijando até sua boca encontrar meu membro. Ele começou a me chupar e eu passei a gemer como ele gemia minutos antes. Ele pegou o gel, ergueu minhas pernas e foi me penetrando. Eu não sei explicar, mas acho que eu consegui ativar toda a imaginação dele, todo o tesão, todo o desejo porque ele passou a me penetrar de um jeito que eu senti muito prazer, mais do que o normal. Ou era isso ou eu mesmo ativei, com a ajuda dele, a minha imaginação, meu tesão e meu desejo.

Eu não sei quanto tempo nós ficamos naquela posição, eu só sei que nós não mudamos. O máximo que ele fez foi se erguer um pouco, apoiando os pés e as mãos no chão e, em outro momento, ficar quase ajoelhado. Eu gozei enquanto ele me masturbava.

- Não consigo te ver gozar... - ele disse após ele mesmo ter gozado.

Eu abaixei as pernas, fiquei sentado e ele se sentou em mim me abraçando forte e deixando seu rosto no meu pescoço.

- Nunca ninguém conseguiria me fazer sentir tudo o que senti essa noite.

- Eu te amo, amor! Te amo mais do que eu consigo demonstrar no dia a dia - eu disse apertando-o no abraço.

Às vezes a vida é tão corrida e nós nos adaptamos tão facilmente as coisas, que não lembramos de dizer a quem a gente ama o quanto nós amamos a pessoa. Ou, às vezes, a nossa maneira de dizer "eu te amo" não é compreendida pelo nosso parceiro, porque cada um entende e sente o amor de uma maneira única. Caio e eu sempre nos lembrávamos o quanto nós amávamos um ao outro, essa lembrança poderia ser através de palavras, de momentos especiais, de um beijo, de um olhar, de um abraço... para nós não importava muito a maneira como dizíamos "eu te amo", o importante era sentir e fazer o outro sentir o amor. Podem me chamar de romântico, podem falar que é fantasia, que não é mais coisa do nosso século (já que agora os amores são líquidos), mas eu acredito fortemente que o amor é sim esse encontro entre duas pessoas, a química, a sintonia, o romance... mas, isso não se sustenta eternamente caso a gente não alimente a cada dia todas essas características do amor. Eu acredito, que o amor também é uma construção diária de respeito, carinho, cuidado... eu aprendi isso tudo com o Caio, com o jeito dele e a vontade de sempre me mostrar de forma clara o que ele sentia por mim, e isso desde antes de começarmos a namorar na nossa fase adulta. Por isso, nós nunca tivemos vergonha ou medo de dizer "eu te amo" de forma sincera. Porque ainda tem isso, nós somos pressionados pelo padrão social a amar alguém, a estar com alguém e quando encontramos uma pessoa, o "eu te amo" sai muito facilmente e, algumas vezes, de forma automática e quase vazia do real sentimento. É o padrão dizendo "eu te amo" e não o corpo, o coração da pessoa. Eu lembro que nos comentários de algum capítulo, um leitor disse que eu estava sendo superior ao Rui só por eu estar namorando e ele solteiro, no entanto, eu penso de forma completamente diferente. Eu realmente acredito que toda forma de amar é válida, inclusive o amor próprio. Há pessoas que não querem se envolver com outra pessoa e não há nada de errado nisso, ninguém é obrigado a seguir o padrão imposto pela sociedade (e pela própria comunidade LBTQIA+!). Além dessas pessoas, há também as pessoas que já se envolveram, se machucaram e por isso se distanciam de um possível relacionamento legal por medo e por estarem machucadas (que era o caso do Rui) e, nesse caso, a ajuda de amigos e sobretudo de profissionais é fundamental. Nesses anos todos, um dos aprendizados que eu mais valorizo é não me submeter ao padrão social (tanto da sociedade cristã, heterosexual quanto da LGBTQIA+). Ser livre nas escolhas e nas formas de viver a vida é a maior liberdade que podemos ter! É um direito de todes!

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora