- E a senhora não sabe como eu fico feliz com isso. Prefiro mil vezes ser parecido com a senhora do que com aquele povo. - era a primeira vez que eu fazia referência à minha pseudo família
- Você nunca mais soube nada sobre eles?
- Não. A única pessoa daquela cidade com quem eu falo é a senhora.
- Você quer saber algo sobre eles?
- Não... acho que não. Ei! - eu falei ao ver a correntinha no pescoço dela
- O que foi ? - ela se assustou
- A senhora é messiânica! - eu disse todo feliz
- Sou! Eu outorguei (fala-se assim quando a pessoa recebe a medalha e começa a fazer parte da fé messiânica) há alguns dias.
- E não me falou nada?
- Era para ser surpresa, mas eu acabei esquecendo. - ela sorriu
- Ai que incrível!!!
- Você já é também, não?
- Ainda não.
- Como ainda não? Foi você quem me apresentou à igreja.
- Pois é, mas ainda não deu para eu outorgar. Mas o ministro acredita que mês que vem já seja possível.
- E por que não agora?
- Ah, é que eu estou fazendo um curso antes da outorga sobre os ensinamentos da religião.
- Entendi! Você me avisa com antecedência?
- Aviso! Mas por que?
- É que se for possível, eu venho pra cá para te acompanhar.
- Se for assim, eu aviso com toda a certeza.
O telefone dela tocou.
- Oi, meu filho! - ela parou de falar para ouvir - Tudo bem e você?... Eu estou aqui com o... - eu arregalei os olhos e ela entendeu a mancada que daria - com o Beto. - ela parou de falar - é! Ele mesmo. - mais uma pausa - Mas está tudo bem? - mais uma pausa - Cuidado meu filho. - Não, espera... - ela abaixou o telefone - Desligou! - ela fez uma cara tristonha
- Está tudo bem, tia?
- Está! Ele ligou só para me avisar que está se mudando de apartamento. O namorado pediu para mudar, eles estão indo para um apartamento maior.
- E a senhora ficou triste...
- Ele sequer falou direito comigo. Não foi carinhoso como sempre foi e como você é.
Eu sabia como devia ser difícil para ela aquela situação. Ela amava demais o Caio e eles sempre foram extremamente próximos.
- Não fique assim. Ele deve estar todo enrolado com a mudança. - eu tentei amenizar a situação.
- É, deve ser isso.
Eu comecei a fazer umas palhaçadas só para ela se distrair e parar de pensar um pouquinho nas burradas que o Caio estava fazendo. A gente foi brincando até ela esquecer e voltar a atenção para mim, o que não me favoreceu muito.
- Mocinho, precisamos conversar...
- Ta bem! - eu disse me preparando para a bronca
- Cadu, eu não tenho muito jeito para falar sobre isso. Então, eu vou direto ao ponto, tá bem? Não fique com vergonha, eu só quero conversar com você para saber se você está se cuidando direitinho, tá bem?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor que nunca acabará - PARTE 1
RomansaConto aqui minha história de vida, minha aventuras, meus amores, minhas amizades e minha relação de irmandade com aqueles que eu mais amo na vida. Calendário de postagem: Segundas, quartas e sextas-feiras.