Capítulo 180

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- Luh, como foi isso? - Becca perguntou

- Amiga, eu falei para ele hoje. Ele sequer pensou, veio com aquele papo mais velho que o mundo e que todo homem sem caráter usa. - agora ele era sem caráter, mas no momento que ele foi preconceituoso, aaaah isso não é falta de caráter, né? Deu vontade de falar isso, mas fiquei quietinho. - Ele disse que era para eu tirar que ele não iria estragar a vida dele com criança, que ele tinha começado agora Medicina e que ele não queria perder a vida e a juventude dele cuidando de criança.

- É, mas para fazer a criança ele quis gastar todo o tempo dele, né? - Caio falou

- Para fazer você parar de falar com todos nós, só porque somos LGBT, ele também soube gastar todo o tempo e a lábia dele pra cima de você. - eu segurei a minha língua, mas o Edu não segurou a dele.

- Que filho da puta! - Rui disse

- Apesar de tudo o que você e ele fizeram, não tem problema, Luh. Não tem mesmo! Quem perde é ele, seu filho terá vários pais e vários tios. - Edu disse e eu achei lindo

- Isso mesmo! - eu disse

- Todos estamos com você, Luh! Todos vamos aprender a limpar bumbum de neném. - Caio disse e fez todo mundo rir, incluindo a Luh

- Obrigada pelo apoio, gente. Não sei se conseguiria passar por tudo o que vem aí pela frente sem vocês...

- Apesar de você ter sido uma filha da puta escrota com a gente, nós somos seus amigos. Estávamos só esperando você ver o mau-caráter que o Bento é. - Rui disse

- Você já contou para a sua família? - Amanda perguntou

- Não, amiga. E eu tô com medo de contar, minha mãe vai querer que eu vá para casa, mas eu já me decidi que do RJ eu não saio. Eu me inscrevi no mestrado lá da Universidade, se eu passar... se bem que agora, como que eu vou fazer mestrado?

- Vai dar tudo certo, Luh. E a gente não deixa você voltar! - eu disse todo protetor

- Ai, gente, meu pai vai querer me matar... como eu fui vacilar desse jeito? Logo eu que sempre tive cuidado?

- Vocês transaram sem camisinha?

- Nunca! - ela disse

- Camisinha furada! - Edu disse

- É o que eu acho. Nós nunca transamos sem camisinha, eu nunca permiti e por isso eu nunca nem pensei na pílula do dia seguinte.

O bebê da Luh poderia não ter o pai por perto, mas amor... isso eu sabia que não faltaria. O tanto de tio coruja que ele teria... a gente tentaria suprir toda e qualquer falta. Nós ficamos até tarde conversando e imaginando como seria a partir daquele momento. Todos dormiram lá em casa, até o Edu. Como minha mãe tinha se mudado para o apartamento da tia Júlia, os dois quartos estavam livres. Ela ainda tinha algumas coisas no quarto dela, mas raramente ela passava a noite lá em casa.

Na manhã seguinte, quando eu acordei, Caio já estava acordado e preparando o café. Eu fui até ele, ele deixou o que estava fazendo e eu o abracei.

- Bom dia, amor! - eu disse apertando-o no abraço

- Bom dia, minha vida.

- Você dormiu bem?

- Muito bem!

- Já fez Yoga?

- Não, eu estava esperando por você.

- Vamos lá, então?

- Vamos! - ele terminou o que estava fazendo, pegamos nossos tapetinhos, fomos para a varanda, fizemos nossa prática, meditamos, nos beijamos e dançamos juntinhos.

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora