Capítulo 54

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- Eu te amo! Vou estar te esperando na Rodoviária. Você chega no mesmo horário?

- Isso! Eu também te amo, um beijo e até daqui a pouco.

Eu encerrei a ligação

- Você já vai? - Caio me perguntou assim que deixei o celular na mesinha que ficava ao lado do sofá.

- Daqui a pouco.

- Você não vai dormir aqui?

- Hoje eu não posso! Amanhã cedo eu trabalho e não tem como eu sair daqui direto para o trabalho, não vai dar tempo.

- Poxa, mas a gente conversou tão pouco.

- Eu sei! E é por isso que você tem que vir mais vezes aqui.

- É claro que eu venho! Eu não vou perder você de novo, mas não vou mesmo.

- Será que a Tia Joana está dormindo?

- Dá uma olhadinha lá.

Eu fui até o quarto, bati na porta e coloquei a cabeça para dentro.

- Tia? - ela estava assistindo televisão.

- Oi, meu filho.

- Só para lhe avisar, daqui a pouco eu já estou indo, tá?

- Mas já? Fica mais um pouquinho...

- Eu bem queria, mas eu trabalho cedinho amanhã. E aí não tem como eu ir direto daqui para o trabalho, eu não chegaria na hora.

- Isso se você fosse de ônibus. - ela sorriu sacanamente - Mas a Titia pode te levar. A gente sai daqui bem cedo, você chega lá na hora.

- Será?

- Chega sim. Pronto, você dorme aqui hoje.

- Mas tia...

- Vem cá! - ela pediu para eu entrar e eu fechei a porta, até então eu estava só com a cabeça para dentro do quarto - Como ele está? - ela disse num tom de segredo

- Acho que mais ou menos...

- Não sei o que esse menino tem... - ela suspirou

- Acho que ele se sente culpado, tia. - eu disse triste

- Pelo que?

- Por tudo o que aconteceu comigo.

- Ele te falou isso?

- Falou sim. E eu disse que ele não tem culpa de nada. Tudo aquilo tinha que acontecer, se não tivesse acontecido, eu não teria conhecido melhor a senhora, não tinha vindo para o RJ, não teria meus amigos, minha vida... eu não estaria aqui hoje com a senhora e ele.

- Ai, você é especial, Cadu. - ela me abraçou - Obrigada. Acho que isso tudo está sendo muito bom para ele. Hoje ele me disse umas coisas que ele não falava há tempos. Eu tenho certeza que meu filho vai voltar a ser quem ele é.

- Eu também tenho essa certeza. Ele já me prometeu vir mais vezes aqui.

- AAAAAAH não acredito - ela ria, me segurava e pulava

- Pois é, ele vem.

- Por sua causa!

- Por nossa causa! E eu já disse a ele que vamos dar uma canseira de museus nele.

- Essa eu pago para ver - ela disse rindo - Bom, então estamos combinados, ok? Você fica aqui e a gente te leva de manhã.

- Tá bem. Vou voltar lá com o Caio.

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora