Alter Ego

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Sai de casa andando rapidamente. Eu estava com tanta raiva que sentia meu poder descontrolar. Estava frio, mas eu nem percebia.

Chego na praça de Mystic Falls e dois caras começam a me importunar.
- E aí gatinha? Tá sozinha nesse tempo, quer ir lá em casa não?! - um diz.
- Você pode dormir na minha cama, gata! - o outro completa rindo

Fico quieta, mas eles não param e caminham em minha direção, continuando as piadinhas. Eu tento me controlar, controlar minha magia.

Até que um tenta me agarrar e o outro tenta tirar minha roupa. Eu empurro ambos com magia e eles batem a cabeça. Entro em pânico e eles não acordam. Meu corpo treme, eu teria ativado minha maldição?! Começo a chorar.

Alguém chega até mim e coloca um paletó nos meus ombros.
- Você está bem? - Klaus pergunta e eu concordo com a cabeça.
- Eles...eles tentaram me pegar... começaram a puxar minha roupa e eu não soube o que fazer...mas se eles morrerem...vo...você sabe...- digo em meio a soluços.
Klaus chega perto deles.
- Ainda estão vivos, mas não por muito tempo. - fala.
Ele se abaixa, puxa um pela camisa e torce o pescoço do mesmo.
- Boa visita ao inferno. - diz e quebra o pescoço do outro. Eu fico parada em choque.

- Não precisa se preocupar. As mortes são por minha conta. - ele diz e tenta tocar no meu ombro, mas meu poder queima a mão dele.
- É o ataque de raiva. Meu poder fica sem controle. - respondo.
- Vou te levar para casa, é melhor. - fala.
- Não...por favor. - peço e ele respira fundo
- Então vamos para minha casa? - disse meio confuso.
- Pode ser. - respondo.

Começa a chover e Klaus me leva até a mansão Mikaelson. Sento na sala, ele me traz um chocolate quente e uma coberta e senta do meu lado.
- Eu queria saber um jeito de controlar isso. A raiva. - falo ainda ofegante.
- Bom, matar pessoas é um bom começo - sorri sem os dentes. - mas podemos tentar algo que uma velha conhecida me disse. Primeiro, fala três coisas que você está vendo. - continua
- Xícara, lareira, vaso - respondo.
- Certo, agora três coisas que você pode ouvir. - diz.
- A chuva, a lenha queimando e...sua voz. - falo.
- Está indo bem. Três coisas que você está sentindo. - continua.
- Raiva, tristeza...segurança - respondo e minha respiração vai melhorando. Klaus segura minha mão e meu poder já não está o machucando tanto.
- Respira fundo assim. Inspira como se você estivesse vendo o Sol nascendo e expira como se visse ele se pondo, com aquela brisa de fim de tarde. - ele coloca minha mão no seu peito que o machuca um pouco, mas ele não parece se importar.
Vou respirando fundo junto com a respiração dele. Até que sinto meu poder aliviar e a raiva sumir.
- Funcionou! Como sabia disso? - falo e ele sorri.
- Existia uma alcateia muito próxima da alcateia do meu pai verdadeiro. E eles faziam esse exercício para acalmar. Lobos jovens e aos que não ativaram a maldição. - responde - eles me explicaram quando eu ativei minha maldição. Você deve conhecer... Os Wright. Os Nascentes. - me conta sorrindo.
- Conheceu meus ancestrais?! - falo surpresa e ele concorda.
- Por isso sempre soube da sua alcateia e de você, a híbrida. - diz e me olha com aqueles olhos castanhos mel. Desvio o olhar e entrego a ele a xícara e o cobertor.
- Já vai? - pergunta.
- É...acho que sim. - respondo meio em dúvida, até que a chuva piora com trovões e relâmpagos e eu tomo um susto.
- Maya, se você quiser ficar, tem o quarto de hóspedes à esquerda. Amanhã eu te levo. Não posso te deixar sair assim. - fala preocupado.
Hesito um tempo. Voltar para casa e ter que aturar aquele caos de novo...talvez eu possa ficar.
- Tá certo. Eu fico. Não quero ouvir desculpas esfarrapadas de ninguém hoje. - sento de novo no sofá.
- Então as relações estão abaladas? - ele tenta puxar assunto.
- Sei que você sabe. - respondo seca.
- Sei que não vou com a cara do Salvatore mais velho, mas acho que ele fez isso por raiva e medo de te perder de vez e Stefan também. Raiva faz a gente perder o controle, amor. Você sabe disso. - ele fala - mas também acho que você merece alguém melhor e que não divida sentimento com outra pessoa... - completa.
- Bom...obrigada por ter me ajudado e pelo chocolate quente e cobertor. - desconverso.
- Qualquer coisa só é me chamar, amor. - ele sorri de lado.

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