What's happening

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— Espera

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— Espera. – Falei ríspido com Elizabeth quando estávamos saindo da sala de cirurgia. Ela parou no meio do corredor se livrando da touca cirúrgica e cruzou os braços – O que você quer dizer com: "ela já não é mais a sua garotinha."?

Ela não podia estar falando sobre o que eu estava pensando. Eu tinha todo o controle dentro de casa e minha filha não saía da minha vista.

Aposto que aquela mulher estava tentando criar um caos aonde não tinha.

— Você não tem tentado manter ela debaixo das suas asas há semanas? Deveria saber o que acontece com a sua filha.

Engoli em seco. Eu sabia exatamente o que acontecia com ela e poderia até dizer que ela estava se comportando muito bem.

Meu castigo certamente serviu para mostrar a ela alguma coisa, porque Grace estava indo apenas aonde eu sabia que ela estava, chegava na hora e era muito mais responsável com as suas lições.

— Acho que estou me saindo muito bem nesse departamento.

— Parece que você está mais interessado em dormir com a sua residente. – ela cuspiu.

Insinuava como quem queria destilar veneno. O caos já tinha se instaurado, era exatamente pra isso que ela estava ali.
Queria um furacão, criar um confusão que pudesse ser difícil controlar.

Que direito ela tinha de falar sobre eu dormir com alguém depois de ter dormido com o chefe dela quando estávamos morando debaixo do mesmo teto, usando alianças e dividindo a mesma cama?

— O que Grace te falou?

— Me falou? Aquela menina tem uma lealdade cega por você, jamais teria me dito qualquer coisa. Mas não precisa ser nenhum gênio pra concluir isso, certo? Vi como você olhou pra ela.

E mais uma vez seu tom de voz saiu irritante o suficiente para me incomodar.

— Isso não é da sua conta, Elizabeth.

— Eu não disse que era. – ela levantou aquele nariz num gesto de desprezo.

Eu sabia o que queria dizer. Estava se sentindo ameaçada, quando já não tinha nada a ser ameaçado entre nós dois.

De jeito algum teríamos alguma volta. Ela conseguiu quebrar tudo, porque algo que não conseguiria perdoar era traição.

— Foi por isso que você não deixou a doutora Price fazer a sutura? – agora bufou.

Deu uma volta, dando uma risada nasalada. Um tom mais debochado que ela não perderia nunca.

Seu jeito, um toque mais sarcástico havia sumido há algumas horas enquanto discutimos durante a cirurgia. Toda aquela cobrança, seu perfeccionismo para tudo sair perfeitamente para a paciente.

Era inegável o quão ela era boa no que fazia. O talento estava em seu sangue por uma família inteira de médicos. Três gerações para ser exato.

When we meet // Connor RhodesOnde histórias criam vida. Descubra agora