A date, please?

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Sempre tentei não deixar me apegar por um paciente, mas era verdadeiramente difícil

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Sempre tentei não deixar me apegar por um paciente, mas era verdadeiramente difícil.
Havia aqueles em que não tínhamos uma ligação pessoal, mas também havia aqueles que eu pude me apegar tanto que mesmo que o paciente saísse vivo pela porta do hospital, eu ficava com o coração apertado por me despedir.

Por isso sabia que eu não poderia cobrar dos meus residentes. Em sete meses eu vi acontecer com Logan, porque não poderia acontecer com Fallon?

No início, quando ela estava fazendo o RCP, ele entrou em Assistolia e ela não queria declarar, eu pensei que fosse apenas o ego falando, para manter o paciente dela vivo.
Também é comum entre nós cirurgiões termos egos inflados e queremos inflarmos mais ainda, principalmente durante a residência.

Eu mesmo era assim naquela época. E assumo, isso não havia mudado muita coisa.

Eu a levei para o meu carro porque era um lugar mais reservado, ela poderia respirar e chorar como quisesse antes de voltar as suas tarefas. Mesmo que estivesse se segurando, achei que poderia ser apropriado.

Ela estava inclinada pra frente, com os braços apoiados na perna. Seu espaço ali era limitado pelo pequeno tamanho da Porsche.

—Você não quer mesmo conversar sobre isso? – perguntei preocupado pegando uma mecha do seu cabelo.

— Eu vou superar.

— Você pode desabafar se quiser, eu trouxe você aqui pra isso.

Ela assentiu, passando o dedo indicador no cando do olho.

— Archie parecia com meu pai e eles tinham a mesma idade.... Tem umas semanas que não nos falamos.

Não querendo ser intruso, eu queria perguntar o que estava acontecendo. A forma bagunçada como chegou, feito um furacão.

Eu percebi que ela não havia mencionado uma palavra sequer. Poderia estar com vergonha?

Mas até que parte eu tinha esse direito se apenas dividimos bebidas, e não havia acontecido nada além de conversas desestruturadas num bar.

Ela dormiu na minha cama uma vez, mas até que ponto isso era intimidade?

— Porque não liga pra ele? – me limitei a isso.

Achei que não deveria ser tão invasivo.

— Desde que vim embora ele não tentou entrar em contato. Acho até que ele abriu mão de mim como filha. – ela deu uma risada que logo cessou.

— O que você pode ter feito de tão grave?

— Porque eu tenho que ter feito algo de grave pro meu pai me exonerar?

— Bom.... – eu parei uns instantes porque meu celular começou a tocar. Era o Chase e aquela hora não deveria ser tão importante. Recusei a ligação. – Eu sou pai e acho que nem se meus filhos cometessem um assassinato, eu desistiria deles.

When we meet // Connor RhodesOnde histórias criam vida. Descubra agora