O céu sobre Hogwarts estava escuro, nublado e sem estrelas, assim como o céu que se via pelas janelas do luxuoso chalé dos Clearwater em Godric’s Hollow. Enquanto jantavam, Penny conversava com Gustavo sobre os planos de comprar uma casa, uma vez que aquela havia se tornado inviável de se viver.
— Fiquei sabendo de uma casa à venda no encantador povoado de Budleigh Bebberton — ela comentou. — Os antigos donos se mudaram para as Ilhas Canárias e estão vendendo a casa por uma bagatela, tipo uns cem mil galeões...
Gustavo, que sempre teve consciência das suas dificuldades financeiras, tomou um gole de suco de abóbora e analisou a situação, pensativo.
— O problema é que vamos precisar de mais tempo até conseguirmos o dinheiro — ele pontuou. — Um ano só com certeza não será suficiente, precisaríamos passar no mínimo uns cinco ou dez anos economizando cada galeão que ganhamos. Talvez fosse melhor, não sei, alugarmos uma casa em vez de comprar.
— Não, assim vamos gastar o dinheiro que estamos tentando economizar — retorquiu Penny. — Não podemos alugar nem um quarto para nós no Caldeirão Furado, cada nuque conta neste momento. Por enquanto, parece que vamos ter que nos contentar em ficar por aqui mesmo — ela concluiu desanimada.
— Bom, o sr. Cuffe me apresentou uma proposta de trabalho onde eu ganharia uns galeões a mais. Mas para isso eu terei que ficar baseado em Hogsmeade; ele acha que eu tenho mais condições de acompanhar o que pode acontecer em Hogwarts, porque eu já estive hospedado lá antes e conheço melhor o lugar, enfim...
— Mas você não pode sair daqui — contestou Penny. — O juramento obriga você a me fazer companhia, não posso ficar aqui sozinha. O que você disse a ele?
— Eu disse que ia pensar. Achei que iria me queimar com o Profeta se recusasse esse tipo de trabalho, o sr. Cuffe realmente confia em mim agora.
— A menos se eu fosse com você — Penny analisou pensativa. — O problema é que eu também não posso deixar o meu posto de trabalho, eu realmente preciso do dinheiro das horas extras.
— Vamos pensar numa solução — disse Gustavo, e depois limpou a boca com um guardanapo. — Enquanto isso, como o Ben não está aqui, suponho que seja a minha vez de desgnomizar o jardim.
Penny deu um sorrisinho que o rapaz retribuiu, então ele a beijou e saiu. Segundos depois, Penny ouviu um urro de dor e um baque surdo do lado de fora da casa, e saiu correndo para ver o que havia acontecido. Quando viu a situação do noivo, não conseguiu pensar em mais nada; ele estava com o peito encharcado de sangue e o rosto contorcido de dor, cada vez mais pálido e perdendo a pouca cor que ainda restava.
— Gustavo! — ela exclamou desesperada, caindo de joelhos ao seu lado. — O que aconteceu?
O rapaz não conseguia falar; estava ofegante, tremendo sobre uma poça do próprio sangue. Sem saber o que fazer, Penny apanhou a varinha, apontou para dentro de casa e ordenou: — Accio ditamno!
Um frasquinho marrom voou até ela; com as mãos trêmulas, ela arrancou a tampa do frasco depressa e aplicou três gotas na ferida ensanguentada. Ergueu-se uma nuvem de fumaça esverdeada e, quando se dissipou, o sangramento havia cessado.
— Você não devia ter saído — Penny disse perturbada. — O meu pai tem que desfazer esse voto. Ainda bem que eu estava por perto, senão você teria sangrado até a morte!
Com dificuldade, Penny ajudou Gustavo a se levantar, e, apoiando-se nela, o rapaz entrou na casa, prometendo a si mesmo que passaria a tomar mais cuidado dali em diante.
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Nos dias que se seguiram, Gustavo continuou a tomar todas as precauções para que Penny não ficasse sozinha dentro de casa nem por um segundo. Ela, por outro lado, estava tão preocupada com o noivo que não parava de examinar a marca de seu ferimento sempre que tinha oportunidade.
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A Força Mais Poderosa
FanfictionCom o término das aulas em Hogwarts, o namoro entre Penélope Clearwater e Percy Weasley também chegou ao fim. Porém, quando menos espera, a jovem bruxa se vê novamente apaixonada e torce para que os seus sentimentos sejam correspondidos - até descob...