49. Quatro anos depois

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— Hermione, por favor!

— Por que eu?

— Porque você é a bruxa mais inteligente que eu conheço! — suplicou Gustavo. Eles trabalhavam juntos no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, para onde Hermione tinha ido pós-Hogwarts para lutar pelos direitos de criaturas não humanas como os elfo domésticos, e tinha se destacado tanto que em breve ninguém duvidava que ela alcançaria posições mais elevadas no Ministério da Magia. — Já são quatro anos que tento resolver esse mistério, eu não sei mais o que fazer. Só você pode me ajudar a encontrar o Ben. Vamos, você o conhece; vocês estudaram juntos em Hogwarts...

— Ele estava um ano à frente e era da Corvinal — informou Hermione; em seguida, olhou para o colega com pena. — Olha, eu realmente sinto muito, mas não existe mágica no mundo que seja capaz de trazer de volta alguém que sumiu sem deixar vestígios.

— Eu só preciso de ajuda para tentar descobrir onde ele está — disse Gustavo. — Depois disso eu mesmo posso ir atrás dele...

Hermione virou-se para o colega, que lhe devolveu um olhar determinado, e então assentiu.

— Certo — rendeu-se ela. — Então ninguém o viu sair do castelo. Você disse que o deixou na enfermaria, mas a cama dele do nada apareceu vazia. O que você acha que pode ter acontecido?

— Eu acho que ele pode ter desaparatado; não tem outra explicação para ele ter sumido assim. Eu sei que foi um erro meu achar que ele tivesse morrido, e eu não passo um dia sequer sem pensar sobre isso. É exatamente por isso que eu preciso encontrá-lo, mas eu e a Penny já tentamos... — Ele fez um esforço para admitir — tudo o que era possível... 

— Ele não pode ter desaparatado dentro de Hogwarts, ninguém consegue fazer isso — afirmou Hermione. — Ele não responde as corujas? Porque os aurores certamente conhecem outros meios de encontrar as pessoas...

— Eu tenho confiado nos aurores desde o começo, mas parece que o Ben não é rastreável por corujas. O pai dele o tinha protegido com feitiços antirrastreamento, e esses feitiços nunca foram desfeitos, até onde eu sei; a única coruja que podia encontrá-lo era a coruja da família, e nós a mandamos ir atrás dele assim que descobrimos que ele poderia estar vivo, demos instruções para que ela só voltasse quando tivesse respostas, e ela não voltou mais...

Hermione tornou a olhá-lo com uma expressão penalizada.

— Sinto decepcioná-lo, mas se ela não voltou mais... pode ser que ele não esteja... E por que o pai dele teria feito uma coisa dessas? — desconversou. 

— É uma longa história — suspirou Gustavo. — Mas provavelmente é por isso que não conseguimos localizá-lo por meio de corujas, patronos, bolas de cristal, rede de flu, videntes e nada parecido. Hermione, eu sei que ele está em algum lugar. Ele pode estar em qualquer lugar do mundo...

— Assim fica realmente difícil descobrir. As pessoas não desaparecem assim, sempre há uma explicação. O que foi que os aurores disseram?

— Eles têm trabalhado nisso há anos, sem resultados. Tudo o que eles me disseram foi que estavam agindo de acordo com as regras, mas agora o Departamento de Execução das Leis da Magia decidiu encerrar as investigações. Não descobriram qualquer traço dele, nenhuma pista, nada... O pobre Harry tentou de tudo, até pegou emprestado algumas das minhas criaturas... 

— Não é possível, a magia sempre deixa rastros. Talvez pudéssemos rastrear a varinha dele — sugeriu Hermione. — Não sei se isso já foi feito antes, mas talvez haja um jeito de...

Mas Gustavo já estava sacudindo a cabeça antes que ela pudesse concluir o raciocínio.

— Ele não estava com a varinha. A varinha dele está conosco.

A Força Mais PoderosaOnde histórias criam vida. Descubra agora