19. O Voto Perpétuo

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Com tanto para se preocupar e tanto para fazer — uma assustadora quantidade de corujas com cartas de leitores não parava mais de chegar à redação do Profeta Diário desde o dia da fuga dos prisioneiros de Azkaban —, o mês de janeiro parecia estar passando com uma incrível rapidez.

Antes que Penny desse por isso, fevereiro chegou, trazendo a perspectiva de uma visita de Gustavo a qualquer momento. Penny não deixou de enviar correspondências para o namorado quase todos os dias desde que ele se mudara do Caldeirão Furado, mas de repente viu-se diante da perspectiva de reencontrá-lo pessoalmente no Dia dos Namorados, que ia cair num sábado; Penny tinha certeza de que ele não iria querer deixar essa data passar em branco.

Na manhã do dia 14 de fevereiro, Penny tomou o café da manhã e foi para o seu quarto, arrumou-se e ficou esperando por uma coruja que lhe trouxesse alguma correspondência de Gustavo marcando um lugar para se encontrarem. Mas nada aconteceu. Penny ficou pensativa, imaginando o que ele estaria fazendo em Hogsmeade que não podia simplesmente aparatar em Godric’s Hollow de uma vez.

Depois do almoço, ela voltou para o seu quarto para continuar a vigília. Olhou pela janela; se ele não pudesse vir, ao menos poderia mandar uma coruja para lhe trazer um cartão que fosse ou coisa parecida. Mas nem sinal de coruja havia no céu. No momento em que a chuva começou a cair, Penny começou a fraquejar; definitivamente Gustavo tinha levado esse negócio deles se afastarem um pouco a sério demais. Claro que agora eles não conseguiram se ver todos os dias, mas continuavam namorando, não? Não era como se eles não tivessem mais um compromisso um com o outro...

Quando a noite chegou, Penny já havia perdido completamente as esperanças. Por um momento, ela descansou a cabeça no vidro da janela, ao lado de sua cama, fechou os olhos e sentiu um aperto no coração; virou-se de lado, deitou-se e levou muito tempo para conseguir adormecer.

No domingo também não houve qualquer notícia de Gustavo. Apenas na segunda-feira, após o final do expediente, lá estava ele, parado ao pé da pequena escadaria de pedras da redação do Profeta Diário.

— Muito bonito, sr. Branstone — disse Penny, cruzando os braços ao descer. — Me deixou esperando o fim de semana inteiro; podia ao menos ter mandado uma coruja avisando que não vinha!

— Eu mandei, Penny — Gustavo explicou. — Mandei um cartão, uma carta e uma caixa de sapos de chocolate. Mas a coruja trouxe tudo de volta; veja, está tudo aqui comigo. Parece que a sua casa está com algum tipo de proteção contra correspondências ou algo assim...

Foi então que Penny caiu em si.

— Ah, não acredito que ele fez isso! — ela exclamou. — Eu devia ter imaginado; o meu pai está ficando doido. Aquela notícia da fuga dos prisioneiros deixou ele completamente biruta!

— Eu imaginei que o seu pai tivesse alguma coisa a ver com isso. De qualquer forma, eu devia realmente ter vindo no sábado, mas foi impossível; eu já estava saindo de Hogsmeade quando encontrei a Rita.

— A Rita Skeeter? O que ela estava fazendo em Hogsmeade? Faz meses que ela não escreve para o Profeta Diário.

— Parece que ela vai escrever alguma coisa para o Pasquim. Eu não gosto muito de trabalhar com eles, e eles obviamente não vão nos pagar, mas acho que agora ela vai publicar uma coisa realmente séria...

— E o que seria? — questionou Penny curiosa; ela realmente não conseguia imaginar que da combinação Rita e Pasquim pudesse resultar uma coisa séria.

— Ela estava entrevistando o Harry Potter — informou Gustavo. — Então me pediu para que tirasse umas fotos; estou achando que ele decidiu revelar a verdade sobre Você-Sabe-Quem, e a noite em que viu o seu retorno.

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