Gustavo e Ben tiveram a impressão de terem acabado de sair da mística caverna subterrânea no México quando surgiram na frente da casa dos Branstone, em Ballycastle, no meio da tarde. Ainda sem acreditar que tivessem conseguido realizar uma aparatação intercontinental, eles estavam decidindo se Ben seria capaz de caminhar sozinho ou não quando Gustavo foi recebido por Penny com um beijo molhado de lágrimas.
— Ah, Gustavo, a culpa é toda minha! — exclamou ela, abraçando-o aos prantos. — Eu não devia ter pedido para você ir atrás do meu pai! Me desculpe, eu não imaginei que fosse demorar tanto...
Gustavo segurou em sua cintura, parecendo absolutamente confuso. Não havia qualquer sinal em Penny que indicasse que um dia ela estivera grávida. A jovem tornou a abraçar o noivo e lhe deu mais um beijo lacrimoso, reclinou a cabeça em seu peito e, antes que pudesse chamar pela sra. Branstone, reparou em Ben, que estava meio encurvado tentando conter o sangramento na coxa, e perguntou:
— Cadê o papai?
A resposta estava claramente estampada no rosto pálido do garoto.
— Eu não sei! — ele disse assustado. — Como assim, ele não veio para cá?
— Claro que não! — respondeu Penny; seus olhos arregalados correram de Ben para Gustavo. — Você estava com ele! Recebi o seu Patrono dizendo que vocês estavam bem!
— Eu tinha me referido a mim e ao Ben... — o rapaz confessou, meio desajeitado.
Penny lançou ao irmão um olhar funesto e acusador, e foi nessa hora que a sra. Branstone surgiu, dispensando cerimônias.
— Vamos entrando — disse ela. — Não é seguro ficar do lado de fora.
Todos se acomodaram na sala de visitas. Léa saiu do quarto dela e se juntou a eles timidamente.
— Você não foi para Hogwarts? — indagou Gustavo, parecendo surpreso e ao mesmo tempo aliviado ao vê-la.
— Não — a garota respondeu desanimada. — A mamãe achou que era perigoso; ela protegeu a casa com o Feitiço Fidelius para que ninguém pudesse me encontrar, a menos que fosse o fiel do segredo.
— E o meu pai? — questionou Penny atônita, com as mãos na cabeça. — O que será que houve com ele? Será que foi capturado, preso? Será que ainda está vivo?
— Claro que ele está vivo! — exclamou Ben, a sensação de culpa crescendo. — Nós o encontramos, mas tivemos que nos separar. Deixei a minha varinha com ele, e ele devia ter vindo para cá...
Penny soltou um lamento e sacudiu a cabeça, atordoada, como se a causa do desaparecimento de seu pai fosse justamente o fato de ele estar usando a varinha de Ben.
— Nós só não viemos antes porque imaginamos que aqui vocês estavam seguras, e nós poderíamos ter colocado vocês em risco... — justificou-se Gustavo. — Não achei que o seu pai não tivesse vindo...
Mas nada podia apaziguar o desespero de Penny. Ela cobriu o rosto com as mãos e o esfregou, soluçando; Léa se sentou ao lado dela e começou a lhe dar palmadinhas nas costas. Com dificuldade, Ben se dirigiu até a porta e ficou de pé, contemplando o jardim. Sentia a culpa por ter sido resgatado no lugar do pai, e desejou com todas as suas forças que ele aparecesse. Pegou o cristal que estava em seu bolso e o esfregou, apertando-o contra o umbigo...
A bolinha luminosa surgiu ao lado do poço, oscilou um pouco e desapareceu. Minutos depois, o sr. Clearwater aparatou exatamente no lugar onde a bolinha havia desaparecido.
— Pai!? — exclamou Ben, e todos se levantaram para ver.
O sr. Clearwater olhou ao redor, meio desorientado, e veio caminhando em direção aos filhos. Penny o alcançou primeiro e o abraçou, as lágrimas escorrendo em seu rosto.
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A Força Mais Poderosa
FanfictionCom o término das aulas em Hogwarts, o namoro entre Penélope Clearwater e Percy Weasley também chegou ao fim. Porém, quando menos espera, a jovem bruxa se vê novamente apaixonada e torce para que os seus sentimentos sejam correspondidos - até descob...