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Autor Oimin95

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"Antes que pudesse se dar conta, antes que pudesse pragar novamente, todo o ódio e ira se dissiparam de seu peito como se jamais tivessem existido. Sua saliva ficou doce e quis sorrir ao encarar profundamente as íris azuis cristal a sua frente."

E naquele instante, quando uma luz azul tomou conta da visão de Li Ming, o cheiro de sangue se dissipou do ar, dando lugar a um aprazível aroma de ameixa. O ofuscante azul diminuiu e imagens cintilantes como as de um sonho começaram a aparecer na mente de Pequeno, enquanto Jungkook vasculhava suas memórias.

No sonho, pétalas caiam dos galhos das árvores e flutuavam por todo o âmbito como flocos de neve. Entre a as pétalas tinha uma casa modesta de madeira, situada nem muito próxima nem muito longe da cidade; uma paisagem de campos e plantações cercavam o modesto e diminuto pátio da residência, esse que encolhia-se ainda mais por causa das frondosas ameixeiras dispostas no fundo do terreno, que compunham um singelo jardim.

Era tudo tão pacífico e sereno, pássaros piavam, borboletas voavam e cigarras cantavam, havia uma briza primaveril soprando fraco e um sol vibrante no céu. Um verdadeiro quadro infantil do lugar perfeito.

Era o completo oposto do que Jungkook imaginava encontrar no mais profundo desejo daquela pirata. Pensava que poderia se deparar com anseios de dinheiro, poder, prazeres ou qualquer bem mundano, não um lugar tão calmo como uma casinha com jardim. Era um tanto incomum se comparasse aos desejos de outros piratas, ou até com a personalidade que pensou que Li Ming teria.

Não demorou muito para a calmaria impecável do sonho ser quebrada pelo som de uma criança barulhenta que irrompeu escandalosamente pela porta de papel dos fundos. Ela vinha correndo, estabanada e esbaforida, e ainda cansada, correu ao encontro de um homem que estava sentado no final da área de madeira.

Estava ali parado, admirando algo que estava ao longe na sua frente, com várias tiras de bambu ao seu lado enquanto tecia artesanalmente uma cesta, fazia isso quase inconscientemente pois parecia ser incapaz de mover seus olhos daquilo que via.

Não era alto, não era velho e não era novo, seu corpo tinha uma postura combalida e débil, como se estivesse doente ou apenas esgotado pelo tempo. Mas seus lábios possuíam um sorriso apaixonado e em seus olhos um brilho de admiração banhava suas íris, tal brilho que aumentou ao ouvir a criança chamando por ele.

- Papai, voltei! - exclamou a criança, extremamente animada e agitada.

Baixinha, magrinha, de cabelos tão lisos e escuros quanto a noite. Seu rosto de aparência simples, como a que toda criança deveria ter, porém embaixo do seu olho, perto do nariz, existia uma pequena pintinha marrom. Era exatamente como a que Li Ming possuía.

Ela se apressou mais um pouco até se sentar ao lado de seu pai e apoiar-se nele. Sua respiração estava pesada, como se tivesse corrido uma longa distância. Olhou curiosa para o que o homem fazia, mas logo ignorou a cesta e chamou a atenção do mais velho para si.

- Olha o que eu consegui. - disse ela, tirando vários objetos escondidos em sua roupa.

O homem largou seu trabalho de lado e virou-se para crianças, analisando seus achados para só então começar a rir, pois conhecia sua filha muito bem para saber como ela havia os conseguido.

- Esteve na cidade hoje, ladrazinha? - perguntou ele, bem humorado, enquanto mexia nos objetos disposto no piso de madeira.

- Uhum! - assentiu com a cabeça - Consegui bastante coisa para poder trocar. Você acha que esse botão vale quando? - indagou ela, erguendo um botão excentricamente bonito, feito com alguma pedra semi-valiosa, presa em um suporte de metal.

Isca para peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora