Isca para peixe

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#CapitaoDevilFish

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Assim que subiu na embarcação simples e um tanto irritante aos olhos do capitão, foi recebido pela tripulação que sobreviveu, com alegria.

Mas Jimin dispensou as comemorações por estar vivo e a passos pesados começou a andar pelo convés imundo, fingindo analisar o estrago, pois a realidade era que ele não tinha mais espaço na cabeça. Não naquele momento onde se via atormentado por projeções que sua mente fazia, lhe mostrando como seria seu provável futuro solitário, sem ter a quem confiar e a quem amar.

Era devastador, porém a morte era uma velha amiga, não a temia ou culpava. Seu único fardo era ter que viver sem aqueles que seguiram o caminho até sua fiel companheira.

- Quais foram as perdas? - perguntou, firme, tomando sua postura corriqueiramente inabalável enquanto caminhava, agora, com certa dificuldade, até sua cabine. Taemin vinha logo atrás, como um cativo leal com seus reluzentes cabelos loiros, comos os de um anjo e tão ingênuo quanto um, era o mais jovem tripulante da nau.

O garoto de apenas quinze anos seguia seu mestre, lhe listando todos os prejuízos da tormenta, mas mais uma vez o capitão apenas fingia dar a devida atenção aos seus deveres.

- ... Um dos botes, algumas redes e cinco dos nossos não retornaram. - listou, sentindo um amargo escorrer em sua garganta ao notificar o último.

Jimin não o respondeu, apenas adentrou sua cabine, já saindo para procurar por um pedaço de pano para poder encaixar os dedos contundidos de sua mão. Pois estavam vermelhos e inchados, doíam com um inferno, além de quase todos estarem fora do lugar, dando uma aparência grotesca extremamente perturbador para quem pudesse olhar.

- Uhum. - murmurou, entretido com sua procura. Revirando, da maneira que conseguia, a gaveta da sua mesa fixada ao chão. Ele sentia o olhar curioso de Taemin que o encarava a espera de uma solução, entediado e cansado, se voltou para o mais novo daquela embarcação e disse - Mande dois homens pegarem o bote que sobrou e irem buscar as coisas que caíram na água, veja o que ainda presta e o resto deixe onde está.

Taemin assentiu e já ia se retirar quando viu seu capitão sentar na poltrona de madeira talhada e apoiar o cotovelo sobre a mesa. Sua face se enrugou como uma uva seca ao que viu Jimin segurar firme um dos dedinhos, se preparando para ajeita-lo no lugar.

Passou lentamente por seus olhos pubescentes a imagem angustiante daquele dedo enviesado voltando ao normal com um rompante violento, acompanhado de um urrar dolorido.

O loiro assentiu, um tanto assustado por ter a confirmação da morte de Senjoo e horrorizado pelo que seu capitão fazia. Uma vez que essa era uma de suas primeiras viagens e ainda não tinha uma vasta experiência para ter que aguentar ossos partidos ou adversos de sua anatomia.

- Chame Jerry aqui, quero contá-lo eu mesmo sobre o falecimento. - seu braço tremia de tanta dor, ardia de maneira absurda, só tinha certeza de que não estava quebrado pois conhecia a dor da fratura - Anda moleque, me ajude aqui!

Incerto, o loiro foi até seu capitão para ajudá-lo a pôr sua mão no lugar, suava nervoso, nunca fez isso. Se errasse, se fizesse qualquer coisa errada com a mão do capitão, ele sabia que as consequências não seriam nada agradáveis.

Mas impaciente como era, Jimin não esperou que Taemin viesse até si e ajeitou mais um dedo.

- Merda!... Não diga nada a ele, entendeu? - o olhou ameaçadoramente, fazendo o jovem a sua frente tremer mais ainda - Como já deve saber, Jerry e Senjoo nutriam sentimentos um pelo outro, não quero que fale asneiras para ele.