Isca para peixe

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#CapitaoDevilFish

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O sol poente já dava palco para à noite escura, liberando espaço para as estrelas brilhantes se exibirem sobre o mar de ondas agitadas que se quebravam no casco do navio.

As águas cintilantes pelo reflexo acima, balançavam a nau de um lado para outro calmamente. Mas quem via por debaixo d'água sabia da sua voracidade, que se mexia tão rápido quanto os corações dos dois seres que se mantinham conectados por um tocar de lábios que afetava não só seus corpos, mas algo muito mais fundo em seus seres.

As mãos continuavam a tocar as peles de temperaturas opostas, cada um se entregando a sua maneira, mas compartilhando de uma mesma certeza; não queriam se afastar, não queria cessar, seus instintos os instigavam a aprofundar aquele beijo, sentir o músculo molhado que ainda se mantinham guardados dentro de suas bocas.

Mas contra os desejos partilhados, se afastaram com uma risadinha vindo do, agora nomeado, Jungkook.

Jimin, um tanto preocupado de ter feito algo errado, rapidamente abriu seus lumes, vendo o rosto do tritão se iluminar com um sorriso.

- O que que houve? - indagou, ainda repousando sua mão pequena na bochecha gélida do outro.

- Você me beijou. - constatou o óbvio. Talvez tivera dito para ter a confirmação de que aquilo era real, pois aqueles lábios macios não pareciam pertencer a esse ou qualquer outra realidade.

Mas ao dizer isso, fez com que o capitão tivesse um choque de realidade, finalmente se tocando que no acabara de fazer.

- Pelos Deuses, eu beijei um tritão... - murmurou para si e por mais incrível que possa parecer, ele não se sentiu culpado, se sentiu... Leve. E entender isso fez um sorriso também crescer em seu rosto.

Era uma sensação estranha de felicidade causada por um simples selar, era a mesma sensação de subir os mastros e abrir os braços lá de cima do tronco que apoia a vela. É libertador.

Naquela aura boa que pairava entre os dois, Jungkook se perdeu ainda mais naquele homem a frente, com os olhos sendo esmagados pela bochechas fartas, empurradas pelo canto daqueles lábios macios de gosto amargo.

Os humanos sempre foram uma espécie que chamou sua atenção, tão complexos e confusos, porém sempre encantadores, criativos e do contrário de várias outras espécies, eles sorriam.

E talvez aquilo fosse o que mais admirava; a capacidade que o homem tem de expressar seus sentimentos apenas com um mover de feição.

Queria tocar-lhe o sorriso mais uma vez, então escorregou seu dedão até o inferior, pressionando o com sua garra afiada que quase perfurava a pele fina. Foi aí que uma dúvida surgiu.

- Beijos têm esse gosto amargo, ou são só os teus? - indagou curioso, sem tirar os olhos do sorriso róseo, esse que só aumentou com a pergunta.

- Não, - riu soprano - beijos tem o gosto da boca de quem o beija. - disse tranquilo, acariciando a face do tritão. Achou muita graça daquela dúvida meiga, seu cerne lhe afirmava que poderia responder suas perguntas a dias sem fim, pois jamais se cansaria de ver aqueles olhos curiosos.

- Então por que o teu tem gosto estranho? - continuou a indagar, pois era realmente diferente aquele gosto que veio da boca do pescador.