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Oimin95

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Depois de caminhar sobre um chão de espadas e conhecer o inferno mundano, carregando em seus braços quatro pessoas feridas e desacordadas, estando tão lesionado quanto elas e quase inconsientemente como eles, chegou ao maldito hotel.

Não aguentava mais caminhar, suas feridas já estavam dormentes, não percebia a dor do corte, mas ainda sentia o sangue escorrer dos rasgos de sua pele a cada passo que dava. Apesar disso, a culpa e a ânsia por salvar as vidas que quase destruiu eram muito mais fortes que qualquer barreira física que seu corpo impunha e tentava impedi-lo de prosseguir.

Assim que reconheceu, a partir das lembranças de Li Ming, a rua estreita, pode ouvir uma pequena comoção vindo de não muito longe, algumas pessoas falavam e outras corriam, mas naquele momento não era como se ele conseguisse erguer a cabeça para descobrir do que se tratava, pois em questão de segundos Jungkook esqueceu-se de como se caminha, de como se respira e de como se ouve e enxerga.

Seu pé vacilou, perdeu a força em seu último passo e seu corpo desmoronou no chão como uma fruta apodrecida.

Só recobrou a consciência horas depois, em um quarto estranho que lembrava muito a cabine do navio de Jimin; uma caixa enorme de madeira, com o mesmo cheiro, com a mesma sensação, porém ainda sim diferente. Não era também exatamente como o quarto que alugou, esse era menor, mais simples e quase sem decoração alguma. Haviam pouquíssimos móveis, e um dos poucos se encontrava embaixo de si.

Ele havia sido posto em uma cama pequena que mal acomodava seu corpo comprido, parecia não haver cama para seu tamanho, pois seus pés ficaram para fora igual quando com sua cauda. O lugar cheirava a uma mistura de madeira e sangue seco, um cheiro forte e um tanto quanto ruim para seu olfato sensível.

Ao seu lado, pode perceber que havia uma mulher que cantarolava, sua voz era forte, mas nessa cantiga se tornava tão suave quanto o farfalhar das flores em uma brisa. Ela não percebeu que acordara, estava concentrada demais em suas mãos que se moviam agilmente ao mexer em alguns utensílios estranhos.

Próximo dela tinha uma pilha enorme de tecidos manchados de sangue, e perto de suas mãos uma bandeja com algumas bolinhas de prata. Foi então, ao ver os objetos ensanguentados, que notou que o que fedia ao líquido carmim não era o quarto, mas ele. Seu corpo parecia um trapo; sua pele como um tecido rasgado, repleto de remendos, manchas e alguns buracos, frutos das lâminas que se chocaram contra sua pele e das balas que segurou com sua carne.

A mulher que cantarolava finalmente notou que acordara, quando o viu a encarando não demonstrou nenhum sinal de surpresa ou espanto, pelo contrário, parecia não ter expressão alguma em sua bela face.

Estava tranquila apesar de ter manejado o corpo escamoso de uma criatura que nunca vira. As unhas compridas de Jungkook ainda estavam para fora, seus dentes ainda serrilhados, as barbatanas em seus antebraços ainda permanecia à mostra, apenas sua cauda que se mantinha escondida.

- Boa noite senhor, - disse a mesma, polidamente - espero que não se importe de eu estar cuidando de seus ferimentos.

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O clima estava tenso dentro do hotel, tão pesado e espesso que parecia que sufocar-lhe-ia todos dali.

Feng Jin estava com um humor péssimo, pior que o de um gato quando pisam em seu rabo ou cortam suas unhas. Seu semblante estava franzido, enrugado como uma uva passa.

Se encontrava tão desgostoso que em sua mão segurava firmemente uma garrafa de rum, coisa completamente fora de seu cotidiano.

Taemin estava encolhido no batente da porta onde Ching Chun estava com Jungkook, até pouco chorava baixinho, mas agora, aliviou-se por ouvir uma voz masculina vindo do quarto.

Isca para peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora