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Autor: Oimin95
Beta: sopejuun

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Correr... Oh, quem nunca correu desesperadamente por algo na vida? Quem nunca foi afoitamente atrás de um objetivo?

Bem, agora Jimin corria freneticamente por aquela cidadezinha no litoral da China, carregando em seus braços o corpo desfalecido daquela flor, enrolado no tecido de umas das redes, em busca de uma velha estalagem.

Decidiu que choraria, que sentiria raiva ou qualquer outra coisa quando chegasse naquele lugar. Primeiro, antes de pensar em qualquer vingança, deveria zelar pelo bem estar atual do garoto.

Jimin se lembrava com clareza das estreitas ruelas e dos escuros becos que compunham aquele lugar. Corria dentre eles, desviando do centro e do maior fluxo de pessoas, indo direto para a parte mais sombria e remotamente cheia da pequena cidade movimentada.

Correu por quilômetros a fio, completamente cansado e sem fôlego, até finalmente chegar em uma rua que parecia ser esquecida até mesmo pelo sol, completamente fria e nebulosa, fedendo a mendigos, prostitutas e fome.

Aquele era precisamente o lugar onde queria chegar. Onde encontraria um prédio velho de estrutura simples, com dois andares de altura, inteiramente camuflado naquela paisagem mórbida e lamentável, exatamente o lugar que ansiava estar durante meses.

Quando parou na entrada, nem se lembrava mais da ansiedade que estava em poder retornar a aquele lugar. Em todas as noites que sonhou estar cercado das pessoas irritantes que ali frequentavam e esquecendo-se dos quatros anos que passara como pescador, chutou com toda força as folhas da porta, que se abriram em um estrondo que assustou todos os clientes e funcionários da humilde estalagem.

Entrou a passos duros e prepotentes, passando por todas as mesas baixas como se não houvesse qualquer pessoa ali.

Talvez, qualquer pessoa digna de seu respeito.

O homem atrás do balcão já tinha alcançado sua arma no instante em que alguém entrou com brusquidão em seu pacífico hotel, já possuía uma extensa experiência com pessoas agressivas. Mas quando sua visão alcançou a face de Jimin, seus olhos se arregalaram, a pistola caiu de suas mãos e um sorriso feliz cresceu em sua face.

Animado quanto a muito não ficava, se ergueu da cadeira em que descansava durante anos e só faltou pular sobre o balcão de tanto entusiasmo.

- Capi-

- Feng Jin! - antes que pudesse terminar sequer uma palavra, Jimin falou entre dentes, interrompendo indiferentemente aquele homem tão conhecido por si - Chame Ching Chun e o Pequeno, agora!

Sua voz era dura, sua postura ereta e intimidadora como sempre, sua própria presença exalava raiva e ódio, uma aura assassina que podia se ver até no escuro. Mas suas mãos eram cuidadosas ao segurar aquele corpo franzino, como se em suas palmas houvesse um ovo com uma casca tão fina e com um simples balançar pudesse se partir em inúmeros pedaços.

Seu olhar tão frio como gelo, tinha em seu fundo uma confusão de tristeza e alegria. Os olhos vermelhos entregavam o choro ressente, mas o brilho em seu fundo se mesclava entre a melancolia de ter aquele garoto ferido e a felicidade de poder comandar sua verdadeira tripulação como sempre amou fazer.

A alegria de poder gritar aquele nome com toda raiva e receber em troca um sorriso daquele alguém que sabia que seu ódio não era direcionado a si.

Sem esperar por uma resposta do homem um tanto espantado, quase voltou a correr, indo para o interior do prédio, em direção ao pequeno cômodo que tinha nos fundos; os aposentos deste tal Feng Jin e de outros marujos que resolveram ficar juntos à espera de seu líder.

Isca para peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora