#CapitaoDevilFish
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– Eu estou faminto.
Em uma das poucas vezes de sua vida, Jimin se via em um estado de quase desespero. Afinal, o que ele daria para uma criatura devoradora de humanos comer? Humanos? De maneira alguma. Sacrificar seus marujos apenas para alimentar um ser perigoso estava fora de cogitação.
Mas e se a fera faminta saísse dali e começasse a matar seus marinheiros?
Ele viu com os próprios olhos a força contida nos músculos daquela espécie, viu o quão mortíferos eram. E seria capaz de facilmente matar todos dentro da nau.
Afinal, não eram piratas, nem soldados do rei ou caçadores. A grande maioria sequer sabia empunhar uma espada. Como lutariam contra o meio peixe?
Sua mente, novamente, trabalhava a mil por hora, pensando em mais uma solução para os problemas da tripulação.
O capitão se sentia por demasiadas vezes cansado, todos os problemas, todas as discussões e falta de disciplina, todas as soluções deveriam partir dele. Era muito desgastante. Claro, em todos os seus anos como capitão ele sempre teve que tomar as rédeas das demais situações, até quem vivia e quem morria estava em suas mãos. Mas era diferente, ele era respeitado, era temido e até idolatrado, ninguém ousava contrariá-lo ou sequer erguer a voz para si. Além de tudo ser melhor e mais simples, Jimin sentia falta da diversão condenável.
Mas agora não era o momento certo para recordar do passado abandonado por si, tinha que pensar em que diabos daria para aquela criatura comer?
O tritão que via a expressão contorcida em preocupação do homem de cabelos negros, esses que tinha seus olhos da mesma cor que os fios, passando os lumes rapidamente por todos o barco, desesperado.
O escamoso se sentiu culpado por ter dito aquilo, não queria ser causador de sentimentos ruins, só estava com fome.
Por um momento se sentiu mais criminoso ainda, não só pelo desconforto que causara no capitão, mas sim em todos os marujos que estavam a bordo. Sua presença despertava medo, náuseas a todos que colocavam os olhos em si, como se fosse algo desprezível, um perfeito monstro.
Afinal era isso que ele é, um monstro para humanos. Assim como os tubarões são para as sardinhas e os humanos para a Terra.
Mesmo tendo a consciência de que isso é uma reação normal entre presa e predador, ele se sentia incomodado, acanhado e penoso por começar a pensar que sua existência é profana aos olhos daqueles indivíduos.
Em todas as vezes que pode esta na presença de um humano, era olhado com desejo, volúpia, fascínio. A boca de marinheiros, piratas, pescadores e curiosos que cruzavam seu caminho, geralmente salivava e lhe proferia coisas pecaminosas, ambiciosas e até amorosas.
Nunca lhes sobrava tempo para lhe revidar xingamentos e escumungações, pois estavam hipnotizados demais para notar o que lhes ocorria.
E agora, sem hipnotize, sem canções ou qualquer outra arma mental, seu eu apenas despertava os piores sentimentos. O tritão não queria isso, seu cerne desejava mais que tudo não ser temido por aqueles homens, algo no fundo se seu peito ansiava por ser aceito naquele lugar.
Mas o que mais lhe pesava era ver a única pessoa que o defendeu e foi gentil consigo assim que se prendeu naquela rede, tão apavorado quanto qualquer outro que duvidava de sua índole.
Com incerteza e medo de piorar a situação, levou suas mãos gélidas até o rosto do capitão, e no exato segundo que tocou a derme, o de cabelos negros quase saltou para trás, seu coração pulou rápido e a respiração o imitava. Pode ver sua morte diante dos olhos, seria a refeição da fera.
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Isca para peixe
Random[NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DESTA OBRA] A Era Dourada Pirata foi um grande marco histórico, ligada principalmente a Nassau e os corsários espanhóis. Mas talvez não tenha sido apenas isso, talvez houvesse lendas da pirataria omitidas por séculos e geraçõe...