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Jimin jamais poderia dizer o quanto odiou ser tocado e abraçado por aquela mulher, por aquela mulher que deveria chamar de mãe e ter por ela todo o amor de um filho que retorna ao lar.
Suas recordações, as poucas e vagas que ainda sobravam em sua mente eram boas. De dias dos quais saiam para a praia e ele podia passar horas se divertindo na água, de quando ajudava seu pai em seus afazeres e fingia ser um marinheiro como ele, das noites em que ouvia a voz de sua mãe cantarolar belas canções de ninar, mas de que servia tudo isso?
Quem era ela se não a fumaça de uma fogueira que existiu a muito muito tempo atrás e que hoje não sobrou nem o pó?
Ela era sua mãe, a mulher que lhe deu a luz e que o amou desde antes de seu nascimento. Não tinham nenhum rancor por ela tê-lo vendido pelo salário de seu trabalho forçado, muito menos detinha amor por recordações que não se diferenciavam de delírios, não sentia absolutamente nada por aquela estranha.
Isso era o que ela era, uma completa estranha para Jimin. Ele já não era mais uma criança abandonada, chorando escondido com saudade de casa, vivera uma vida completamente diferente e longe deste lugar do qual nasceu, e foi criado por uma família pela qual de fato nutria sentimentos.
Então quando ela o tocou, quando abraçou-lhe forte, tudo que pode fazer foi sentir um tremendo desconforto. Mas a paralisia tocou-lhe no exato instante que os dedos enrugados e calejados da mulher alcançaram seu rosto. O toque do dedo se estendeu para os das mãos inteiras, a palma apalpou suas bochechas sem notar o profundo corte em uma delas, e sentiu cada canto do rosto cansado do homem à sua frente.
E ela, tão encantada pelo encontro, tão feliz por finalmente tocar aquele que tanto almejou ver novamente. Seus olhos derramaram profundas lágrimas e num impulso ansioso puxou-o para um forte abraço, mas neste mesmo instante pôde sentir uma mão forte entre os dois corpos que a afastou cuidadosamente de seu filho.
- Peço que me perdoe, mas se mantenha longe dele.
Jungkook não imaginava que a primeira coisa que diria para a mulher das histórias de sua irmã saísse de forma tão rude, mas infelizmente não pode controlar seu tom ao ver tamanho incômodo que seu humano sentia.
- O que? - indagou ela, nascendo em si um sentimento de indignação.
- Creio que no momento ele não queira ser tocado pelo senhora e mesmo se quisesse não recomendo que o faça. Ele vem se recuperando de graves ferimentos e gostaria que evitasse contatos bruscos.
A hostilidade não é algo da qual deva-se se orgulhar, contudo impossível de contê-la ao tentar defender aquilo que lhe é tão precioso.
Jimin não diria nada, se calaria e deixaria seu tritão intervir em seu nome, contudo a expressão de desamparo da mulher a sua frente o fez sentir-se responsável de alguma forma por seus sentimentos.
- Eu acabei sofrendo alguns ferimentos em combate, então peço desculpas. E se não for pedir demais, nós gostaríamos de pedir abrigo por um tempo.
Tentou ser gentil, até tocou-lhe o ombro e sorriu, afinal aquela mulher não tinha culpa de seus sentimentos serem avessos.
O pedido não foi negado e os três foram abrigados na casa da velha Taeyang. Caminharam cerca de dez minutos após saírem da faixa de areia e chegaram a um extenso terreno cercado por arbustos podados e um pequeno jardim verde. No centro do terreno reinava uma boa casa, uma casa de família boa, não família rica, tinha paredes altas, tinha boas portas e janelas, de madeira boa, de tábuas novas.
Era um lugar aconchegante para se estar em meio a tempestade de lhes alcançara, com boa comida e companhia.
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Os gritos de ódio do imperador reinava sobre todo o palácio, enquanto arrastado pelo que acreditava serem seus próprios soldados mas que se revelaram serem nada além de perfeitos traidores.
Seus pés calçados nos mais caros sapatos arrastavam sob o piso reluzente até a sala do trono, um cômodo largo e extenso, cercado por colunas de madeira talhada e adornos de ouro e jade, no fim da sala havia um imenso trono, também de jade e ouro, com sua estofaria em vermelho sangue. Sentado sobre o trono, escoltado por inúmeros soldados fardados e outros piratas, Jimin posava imponente para seu inimigo até a pouco desconhecido, portando tanto poder e a tanto o que temer.
Naquele dia sua infelicidade reinava ainda mais soberana, não se via mais disposto a tal posto. Desde o começo tinha uma certa inclinação em abdicar da tarefa, secretamente ansiava por abdicar de sua própria vida, sair da pirataria, sair daquela a revelia.
Estava cansado, estava velho, estava tentando encontrar algo para tapar outro algo que se abria na alma. Fosse um buraco ou um rasgo, sem ele saber, mas estava vazando.
E olhando para o Imperador imobilizado que gritava como um porco no abate, ou talvez como uma criança que perdeu a liberdade, sabia que já nada tinha, toda sua vontade e sede de sangue e vingança, todo seu ódio empático devido a crueldade daquele homem para com seu país havia vazado.
Não sentia ódio, mas como um homem sentia pena, como um pirata sentia nojo e como um líder sentia vergonha daquela criatura deprimente a sua frente, que foi jogado ao chão e espancado por seus homens, enquanto não muito longe as duas mulheres que tentara matar o assistiam em sua ruína.
A pequena princesa chorava quieta pelo pai, e sua criada, Chin Chun, apenas observava com atenção e prazer cada golpe proferido sobre o corpo daquele homem.
O Imperador gritava, tentava lutar, revidar, tentava de tudo para escapar da morte pelos punhos dos piratas. Contudo sua luta era desnecessária, inútil, pois eles só pararam quando seu capitão desceu do trono e postou em sua frente.
Portava uma espada afiada e como um ceifador via nos olhos do sujeito o mais puro e genuíno medo. Antes sentia-se vivo ao ver a alma se remexendo dentro dos olhos de suas vítimas, mas vendo a desse homem de cerne pútrido, nada sentia além da ínfima sensação de conquista ao constatar aquilo que já sabia; que nem o homem que se mostra mais cruel é imune ao pavor da morte.
Aquele medo o enjoou, e com ânsia a espada cortou a corja maldita, que antes proclamava e anunciava a ruína, e que agora se separava do corpo.
Foi assim que o tirano morreu, decapitado ante seu único herdeiro, como um porco.
E foi assim que um rival nasceu.
A pobre princesa, uma criança violentada, que fora arrastada para assistir a punição de seu pai louco, chorava mesmo sabendo que em seu peito reinava somente a tristeza da incerteza, não sabendo se sentia-se triste ou aliviada pela perda. Mas apesar de seu ódio pelo pai, seu rancor contido e infantil, guardou no peito um instinto de vingança quando sentiu a cabeça sendo posta em uma de suas mãos.
"Com esta cabeça eu te proclamo o novo Imperador, o salvador da China."
Disse o pirata ao entregar-lhe o crânio ainda quente, não postava um sorriso pacífico, nem um semblante zombeteiro ou qualquer traço de felicidade ou satisfaça, apenas um imenso pesar que um dia a princesa entenderia o significado.
" E ofereço esta espada como tributo para seu reinado e lembrança de que caso sinta algum amargor, saiba exatamente a quem culpar."
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Capítulo curtinho porque, enfim, ando cansada MAS AMO VCS POR ISSO VOLTEI❤️
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Isca para peixe
Diversos[NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DESTA OBRA] A Era Dourada Pirata foi um grande marco histórico, ligada principalmente a Nassau e os corsários espanhóis. Mas talvez não tenha sido apenas isso, talvez houvesse lendas da pirataria omitidas por séculos e geraçõe...