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#CapitaoDevilFish

🌊• AVISO: O CAPÍTULO CONTÉM CENAS FORTES •🌊

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O sol do meio dia despontava no céu com toda sua intensidade, fazendo os corpos dos marujos clamarem por uma mísera sombra qualquer. As redes iam e vinham de dentro da água salgada, trazendo consigo o sustento da família dos muitos pais e filhos que ali trabalhavam, ansiando por voltar aos braços daqueles que os esperam em casa.

Lá do convés, Taemin, um daqueles que não tinha quem o esperasse em terra firme, olhava para o alto do mastro principal, tendo a visão da carcaça sofrida de Júlios. O loiro sempre fora uma pessoa de coração terno, mas olhando para a face avermelhada, queimada pelo sol ardente e a expressão de súplica, ele apenas podia sentir-se mais leve, aliviado.

A maior parte de si dizia que sentir prazer com a dor do outro não era algo bom, que não era certo. Mas seu outro ser questionava, pois por que ele não poderia se alegrar ao ver uma pessoa que lhe fez tanto mal pagar por suas ações?

Mas não ficou preso a esse impasse por muito mais tempo, Júlios não merecia sequer permanecer um minuto em sua mente ou em suas memórias. Assim, o garoto de cabelos querubins apenas voltou a seguir seus afazeres.

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Protegidos pelas paredes da cabine, Jimin e Jungkook conversavam sem hora para pausa. O tritão lhe contava sobre os rabiscos desformes em seus braços e esclarecia-lhe o que levou a ponta da pena traçar cada uma das linhas.

A maioria representava o mar e suas riquezas. Era visível até para um cego que a paixão do tritão pelo seu lar era colossal, todas as palavra que escapava de seus lábios carmins exprimiam o quão livre e alegre era sua vida entre as marés, cercado de animais que se moviam como se voassem, belos e fascinantes como sonhos de criança.

Isso preocupava Jimin, pois sabia que quando suas feridas curassem ele deveria arrumar uma maneira de devolvê-lo ao lugar que nunca deveria ter deixado; para isso teria que inventar uma desculpa ou talvez ameaçar seus marujos para deixá-lo ir sem transtornos, mas também deveria confrontar a si mesmo. Lutar contra seu lado egoísta que não queria que aquele ser partisse de sua vida, matar seu eu que clamava pela sua companhia e calar aquele que não suportaria viver na sombra da solidão.

Ele sabia que o tritão não pensaria duas vezes antes de saltar ao oceano, então, ao menos, aproveitaria o tempo que ainda tinham juntos.

- Agora me explique, o que você quis dizer quando falou que estava tentando se parecer mais humano? - indagou direto, sem rodeios em suas dúvidas, achando uma brecha no diálogo para enfim pegar uma das mãos do tritão e a erguendo entre os dois corpos para mostrar sua forma.

Era grande, de dedos longos e de textura macia, completamente oposto de quando se conheceram. Aquelas não era as palmas que sufocaram seu ar, aquelas unhas claras não era as longas e fortes que tentaram rasgar seu pescoço, aquilo não pertencia a sua forma original.

O capitão estava a um tempo curioso sobre isso, afinal, se ele amava tanto sua vida submersa, por que tentava tanto mudar para uma terrestre?

Jungkook entendeu o que o capitão queria dizer, de fato aquelas palmas eram diferentes, assim como seus dentes e outras facetas que acabou mudando. Claro, Jimin não era cego e nem homem de rodeios, sabia que ele entraria naquele assunto mais cedo ou mais tarde. Só preferia que tal conversa não surgisse, pois não havia necessidade aos seus olhos.

Isca para peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora