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Oimin95

☠️• Quem não votar e comentar é corno (ou hétero)•☠️

Por que correr se tornou sinônimo de viver? Por que quando se corre, vive, e quando se fica, morre?

Quem sabe, quando se corre, aquele que vai ainda tem esperanças de chegar a algum lugar, crê que por mais que o coração esteja minguando e o sangue cessando seu fluxo, correr o faz permanecer ativo por mais alguns segundos.

E aquele que fica, se rende ao destino presente, deixando o peito murchar e o corpo se desfazer, sem esperanças ou crenças de que haverá futuro e que chegará um próximo porvir.

Ficando e indo, os mortos e os vivos se dispersaram e caminharam para lugares distintos naquela terra suja de agouro.

Li Ming permaneceu em silêncio, não gritou, não lutou, não creu ter novos porvires. Mas em seu mudo suplício, desejou o futuro daqueles que correram e lutaram.

Taemin correu, correu e correu para o mais longe possível. Passou pela pequena passagem do expeço muro e fugiu para o Mercado.

Quando chegou naquele ambiente estranho e incômodo aos seus olhos acostumados à escuridão, se sentiu perdido. As ruas brilhavam em lanternas de todas as cores, o fluxo das pessoas ali parecia ser incessante, como se jamais fosse para de surgir mais e mais para se juntar à multidão.

Era desconfortável olhar para o rosto tranquilo daquelas pessoas, que se vestiam em cores vibrantes e riam, gargalhavam e desfilavam esbanjando joias, comida em abundância e o vigor de uma vida luxuosa. De alguma forma as pessoas que andavam naquele horário e por aquele lado do Mercado pareciam-lhe odiosas e repulsivas. Taemin não podia crer que estando tão próximos do Beco, não soubessem da carnificina que acontecia.

O sangue de seu braço escorria por suas roupas podres, por sua pele grossa e queimava seu peito ao ser invisível.

Ele então fugiu do mar de tolos, e, pelos becos e sombras, conseguiu encontrar um prédio vermelho, tal qual como Pequeno lhe dissera. Era enorme, tinha três andares e parecia lotado, extremamente movimentado com homens e mulheres indo e vindo sem parar.

Eram as mesmas pessoas das ruas, exibicionistas da noite, trajando roupas finas e carregando um corpo alugado em cada braço. Eles não lhe davam medo, talvez poderia dizer estar mais familiarizado a estes que a multidão diurna, pois após entrar para a tripulação de Jimin, apesar de não passarem de pescadores, sempre frequentavam e o levavam a tais lugares; bordéis, bares, casas de prazer. Não podia dizer-se confortável com tantas prostitutas e bêbados ao seu redor, no entanto, era engraçado pensar que as únicas mãos que se estenderam em sua direção, durante toda sua vida para ajudá-lo, eram as de bêbados, assassinos, ladrões e prostitutas.

Então, pensando nisso, foi até os fundos do estabelecimento e esperou que atendessem suas batidas na porta, e surpreendentemente rápido, a porta foi aberta por uma mulher com o rosto coberto por uma maquiagem pesada e vestida com roupas exuberantes; uma prostituta.

Sem ter certeza se o que Pequeno lhe falou funcionaria, disse, meio acanhado, o nome de Li Ming e de Jimin. A puta o olhou de cima a baixo com desconfiança e foi só quando ele estendeu a fita de cabelo que a prostituta agarrou seu braço sem ferimentos e o puxou para dentro, trancando a porta atrás de si rapidamente.

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Enquanto uns corriam e outros ficavam, a criatura gélida e frígida se juntava aos obstinados corredores da vida, tão rápido e irrefreável que parecia lutar pela sua própria existência, não pela do monstro horripilo em seus braços, que de tão pútrida, a pele se despedaçava e faziam um rastro de morte por onde passavam.

Isca para peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora