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#CapitaoDevilFish

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Sua cabeça pesava, sua mente uma tonelada, era incapaz de manter erguido, se manter centrado.

Agora, sentado ao chão, com as costas apoiadas na cama e a cabeça sobre o colchão, ele se permitiu respirar e por a cabeça no lugar. Clamar por Jungkook, revirar aquele lugar do avesso, nenhuma dessas coisas trariam ele de volta, então o restava apenas aceitar.

Mas mesmo que forçasse sua mente, mesmo que exigisse a todo custo que seu cerne se mantivesse sereno mesmo naquela situação, ainda sentia perfurado, bem no peito, com um imenso buraco que vazava. Estava estupefato, estava apavorado, estava preocupado e um tanto... aliviado.

Mas de qualquer forma, mesmo que Taemin lhe contasse o que aconteceu noite passada da forma mais doce e apazivel possível, ele não conseguia, não tinha mais forças para lutar contra aquela dor.

- Senhor, está zangado comigo? - perguntou o garoto loiro sentado a sua frente, amedrontado. Acabara de contá-lo o que fez e o porque do tritão não estar mais lá na cabine, contou tudo, sem poupar palavras.

Ele temia, pois não sabia quais seriam as reações de seu capitão, ele era uma caixinha misteriosa. Cada vez que se erguia a tampa, um animal diferente pulava de lá, um peçonhento, um feroz e às vezes, se tivesse sorte, um amável.

Lidar com seu temperamento era uma situação delicada, mas estar abaixo de si, sujeito aos seus comandos, era um trabalho extremamente árduo.

O pequeno Taemin adorava Jimin, se inspirava nele. Sabia que ele era uma pessoa intensa, mas centrada, nos poucos anos que esteve sob seus comandos, pode conhecer um pouco de si e além do mais, o esporte preferido de Senjoo era conversar e falar sobre suas histórias de vida ao lado de seu irmão, com isso podia tirar uma grande base para conhecê-los.

E por ter certeza daquelas duas coisas, sentia uma certa pena de Jimin, pois imaginava que seu peito estivesse uma bagunça. Que naquele silêncio mórbido existia o som mais ensurdecedor de todos, que só o capitão era capaz de ouvir.

Não precisava ser o mais sábio, o mais vivido ou o mais maduro para perceber que o homem a sua frente havia entregado seu coração e seu próprio ser a aquela criatura.

Taemin nunca havia se apaixonado por ninguém, mas amou da forma mais pura a mulher que lhe deu a vida, amou de peito e alma sua mãe, mas a morte havia os separado então de alguma forma, ele compreendia a dor da incerteza, a dor da perda.

Conseguia ver, era nítido, como se criasse uma espécie de superfície entorno do corpo dele, era quase possível tocar aquela névoa de desolação.

Também era capaz de enxergar aquelas correntes de aço postas em sua volta, feitas sob medida para segurar-lhe o controle. Sabia, de alguma forma, que Jimin estava se esforçando para fazer seu melhor e se manter no lugar.

E por isso o garoto sentia pena, pois algum dia ele não conseguiria mais se segurar, porque ninguém aguentaria para sempre.

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Dentro da cabine, sentado com o corpo jogado sobre aquela poltrona digna de realeza, Jungkook respirava fraquinho, seu pulmões trabalhavam lânguido, enquanto sequer podia produzir um suspiro.

Faziam poucos minutos que Jimin deixará o cômodo, havia lhe dito que passaria a noite fora para espairecer sobre algumas questões. E tudo bem, para o tritão melhor ainda, pois faziam poucos minutos que sentiu que aqueles seriam seus últimos suspiros.

Isca para peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora