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Oimin95


☠️•Este capítulo possuí conteúdo sensível (abuso, agressão, assassinato e necrofilia)•☠️

Entre tábuas soltas e espaçadas, velhas e mofadas, havia uma pequena flor ali plantada, não mais que uma singela e delicada, de constituição frágil e pétalas douradas. Estava murcha naquele ambiente fechado, sem sol e sem água.

Quando a reunião acabou, cada um da pequena multidão que deixou a sala tropeçou nas raízes da Flor. Assustaram-se com sua presença, mas não poderia se importar por muito mais que poucos segundos, afinal, nenhum deles tinha a liberdade de estar com a mente vazia e desocupada para pensar nas esquisitices de um garoto.

E este tão pouco interessava-se nas pessoas que de lá saiam, já acostumado com os rosto franzidos e comportamentos rudes, pois, de todo modo, isso nunca esteve fora de sua realidade. O mundo em que viviam era assim e se tornava até estranho tanto aguardar pela gentileza vir de um garoto que recebeu da vida apenas pedradas e ex murrões.

Mas mesmo em constante estado de moléstia, ainda via as coisas perfumadas de jasmim e camomila, como se tudo que aconteceu não tivesse sido com ele e sim com um outro alguém, ou talvez em um pesadelo, quem sabe?

Desta vez não sorrindo ou entusiasmado, ele permanecia à espera de Jungkook, que demorava para sair.

No interior da sala, no final da mesa comprida e avariada, estava o tritão sentado confortavelmente na poltrona do Capitão Devil-Fish, discutindo sobre o resgate de seu humano a sós com Ching Chun.

Chegaram a poucas conclusões, mas a um entendimento tácito de que primeiro conseguiriam mais informações e o mais rápido possível, e que para isso Jungkook já havia conseguido uma solução. Afinal, como era uma base costeira ele poderia dar um jeito de chegar lá mais rapidamente, pois mesmo que fosse a cavalo demoraria dias para chegar lá.

E Ching Chun voltaria ao seu trabalho secundário e tentaria descobrir algo a mais enquanto isso. Ela sairia na manhã seguinte, mas antes disso ela ainda precisa fazer algo.

Quando o assunto acabou e não tinham mais nada para discutir, Jungkook passou os olhos por toda a sala tentando encontrar algo relacionado a Jimin, mas encontrou quase nada, pois era uma sala muito simples e vazia. Sem decorações ou objetos adjacentes.

- Está vendo aquela porta? - indagou ela, fazendo-o parar com sua singela busca e olhar na direção onde Chun pontou. Era uma estreita passagem no canto escuro da sala, uma porta feita de madeira escura e tão antiga quanto todo o prédio, em sua volta aranhas teciam enormes teias que parecem estar ali a anos, tão intocadas quanto a porta trancada.

Jungkook assentiu a pergunta, erguendo-se um pouco para olhar a entrada direto.

- Ali é onde o Capitão costumava ficar quando estava aqui. - contou.

- Por que há tantas teias?

- Ninguém tem autorização de entrar ou mexer em suas coisas, então ninguém entra, ninguém sai e ninguém chega perto. - explicou, ainda muito serena e calma, porém sempre mirando-o como se quisesse distinguir todas as expressões que apareciam em seu rosto.

Ficou um tanto surpreso, não pelo fato de Jimin proibir que invadam seus aposentos sem sua presença, mas sim pela obediência.

Às vezes Jungkook admirava-se com o quão leais eram as pessoas daquela tripulação e se surpreendia ainda mais ao ter a consciência de que essas que a compõem não são cordeirinhos sem cérebro que seguem qualquer um que sobe em um pedestal e começa a mandar, mas sim de gente dura, de casca grossa que não abaixa cabeça para qualquer situação colocada em sua frente. Às vezes ele pensa em como isso começou e em como seu humano foi capaz de conquistar a confiança desse tipo de gente, e, às vezes percebe que não precisa entender como e apenas fica alegre em saber que há tantas pessoas dispostas a segui-lo, ao contrário da tripulação anterior.

Isca para peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora