Isca para peixe

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#CapitaoDevilFish

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- Deveríamos matá-lo antes que ele nos mate! - gritava um marinheiro.

- Não! Vamos levá-lo para a capital e pegar a recompensa! - gritava outro, com um brilho sádico no olhar.

- Deveríamos amarrar ele na proa do navio! - disse mais um, possuído em pavor.

- Assim iriam nos confundir com piratas. - retrucou o primeiro.

- 'Pro inferno com esses piratas! Vamos oferecer um pedaço desse monstro para os nobres e vender para quem pagar mais. - riu, sendo apoiado pelo de olhar sádico.

- Não me sinto bem com ele a bordo... - murmurou o mais novo.

Os neurônios de Park Jimin queriam arrancar a língua de cada um dos homens que gritavam em volta de sua mesa, o de cabelos negros ficava em dúvida se massageava a cabeça ou a garganta, ambos doíam como um inferno.

Mas com a dor latente dos pequenos cortes, acabou voltando a pensar na criatura que quase o matou há minutos atrás, se sentiu mais intrigado, era curioso demais para si aquela espécie, nunca se interessou pelas lendas, mas agora, agora é real.

- Senhor? Jimin, temos que fazer alguma coisa! - se pronunciou pela primeira vez naquela discussão, Jerry.

- E você sugere o quê, primeiro-imediato? - perguntou o Park, de forma rouca e baixa, falar ainda estava difícil.

- Senhor temos que matá-lo!

- Não! Vendê-lo!

Gritaram os mesmo dois de antes, se intrometendo na conversa do capitão, esse que não ficou nada contente e bateu o punho na mesa chamando a atenção dos que faziam balbúrdia.

- Vocês dois, saiam. - disse simples e sério, fazendo os dois darem as costas, furiosos por serem contrariados.

Se fosse anos antes, tal falta de respeito não seria tolerada.

- Então, o que faremos? - o primeiro-imediato reforçou a pergunta.

"O que faria?" Essa era a questão, ele não sabia. Seu lado egoísta dizia que devia ficar mais com a criatura e descobrir sobre ela, mas seu lado capitão dizia que deveria matar ou vender, para o bem de todos.

Contudo, ainda tinha mais um lado, o do tritão. Ele era um ser vivo, aparentemente racional e Park não estava motivado a mexer um dedo sequer contra aquela criatura.

Então, pegando uma pequena adaga que estava sobre a mesa de madeira talhada, começou a limpar os cantos escuros das unhas imundas com a ponta do objetivo afiado, para logo começar a falar a sua solução temporária ao poucos homens que ainda permaneciam na cabine.

- Primeiramente; ninguém deve tocar nele sem minha permissão, segundo; todos no navio deverão seguir seus afazeres como se tudo estivesse normal. E Taemin?

O garoto coberto por um casaco, oferecido para lhe acalentar, se levanta ao que foi chamado, ainda tremia com a cena que viu a alguns minutos, em estado de choque. Mas mesmo assim, se pôs disposto a qualquer ordem que viesse.

- Você vigiará a criatura. - disse ríspido e logo se levantou, dando as costa para o garoto que ficou sem palavras, indo em direção a uma estante onde guardava suas bebidas mais preciosas, enquanto palitava os dentes com sua adaga.

O garoto atrás de si permanecia com os olhos esbugalhados, tentando absorver o que lhe foi dito, não imaginava que teria que ficar cara a cara com tal fera tão funesto.