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A cidade estava agitada, nunca houve tamanha comoção na frente dos grandes portões que davam acesso a parte interna dos muros que cercam o palácio na capital, pois nem a fome, nem o ódio juntaram mais pessoas que a curiosidade.

Na manhã de certo dia, duas crianças que brincavam na frente dos portões sentiram algumas gotas pingarem em sua cabeça, não era chuva ja que o dia estava ensolarado, então olhavam para cima e viram com certa dificuldade uma bola pendurada, elas não entenderam o que era até a mãe de um deles vir gritando em sua direção, o abraçar chorando e tirá-lo dali para limpar o rosto da criança que estava sujo com o sangue do imperador.

Aos poucos os gritos de pavor e os suspiros de espanto foram aumentando ao que o povo se aglomerava na frente do portão para ver que a cabeça balançando e pingando sangue sobre a multidão pertencia ao temível e cruel Imperador.

Não demorou para o exército intervir e tentar recuperar o crânio, mas a multidão não abria espaço nem para as armas que ameaçavam seus pescoços.

O pandemônio durou dias, semanas, foi um completo caos.

Cidadãos com medo do destino incerto, temendo que a pobreza aumente e que mais morram. Já os nobres, aqueles que sobraram, enfrentavam um impasse, discutiam em assembleia dia e noite sem descanso para decidir quem assumiria o poder.

No final chegaram a um acordo entre os ansiões que desejavam manter a tradição e os mais inovadores, que não concordavam em casar a criança e por um rico qualquer no trono.

A criança, a garotinha que se escondia nos braços da ama, foi nomeada e coroada como "O jovem Imperador". Seu sexo foi escondido, seu nome esquecido e sua infância assassinada, se tornou não mulher, mas homem, a partir daquele momento deveria pensar e agir como um, governar como faria seu pai se não fosse louco.

Aprendeu sobre política, aprendeu a falar firme, aprendeu a ser dragão.

Sua ama, que antes lhe ensinava etiqueta, passou a levar espadas para as aulas e assim foi ensinando o Jovem Imperador a se proteger.

Até atingir a idade do casamento sua vida girou em torno do seu país e de seu bruto ensino. Quando casou precisou aprender a ser dama novamente, pois agora era a falsa noiva de um falso imperador, agora poderia sair do palácio, agora poderia ter um nome e ser vista.

Foi quando pôs os pés para fora dos muros e visitou as cidades que viu com os próprios olhos a grande infestação de vermes no país que vinha trabalhado tanto para limpar, Beco era o nome de uma das vilas onde se escondiam os apoiadores do assassino do Imperador.

Ela se sentiu traída, como poderia haver tantas pessoas que a odiava? Como poderia haver quem fosse conivente com um pirata?

Quem poderia seguir aquele pirata.

Havia deixado de lado a lembrança daquele homem, guardada num canto junto da espada, e agora, crescida, poderosa e com o ódio alimentado por anos, ela poderia se vingar do maldito demônio.

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- Não toque na minha filha.

Não foi um pedido ou uma suplica cuidadosa como todas as palavras direcionadas a uma imperatriz, foi uma ordem direta e fria, rígida como a lâmina que ameaçava a vida da nobre mulher.

- Largue sua espada e não toque na minha filha de novo. - reforçou o comando ao ver que a imperatriz não se afastava.

Assim que ouviu aquela voz, suas mãos tremeram e vacilaram por um momento, jamais iria imaginar que sua ama, a amada mulher que a criou estaria a ameaçando. Seus olhos pintados correram para o lado, para encontrar os de Ching Chun, expremidos e ferozes.

Isca para peixeOnde histórias criam vida. Descubra agora