Pov Gabriela Castro Guimarães
– Um beijo pelos seus pensamentos. – Ofereci ganhando um sorriso da minha esposa. Sheilla estava quieta, olhando para o nada enquanto repousava tranquilamente na rede do lado externo de nossa casa.
– Meus pensamentos só valem um beijinho? – A mais velha fez um biquinho fazendo graça e eu ri deixando vários selinhos em seus lábios.
– Vários... – Sussurrei e ela abriu espaço para que eu pudesse deitar juntamente dela. – No que pensa? – Perguntei entrelaçando minhas pernas nas suas.
– Na bagunça pós esse encontro. – Ela sorriu e eu ri baixinho.
– Desde quando você liga pra isso? – Alfinetei e ela revirou os olhos querendo rir.
– Desde quando a minha esposa liga e reclama disso. – Sheilla deu ênfase ao minha esposa e eu estalei minha língua negando com a cabeça. – Estamos precisando disso, né?
– Muito! Saudades dessa bagunça com as meninas. – Falei sincera.
– E as crianças amam também. – Sheilla pontuou e logo fez uma careta. – Bem, nem são tão crianças assim.
– Liz e Ninna tem dezessete anos. – Disse e Sheilla fez um beicinho. – Alice vinte e um. Bento tem quinze e já está maior do que a mãe...
– Todo mundo é maior do que a Brait. – Minha esposa gargalhou e eu a acompanhei.
– Nicolas é idêntico a Carol e isso é surreal já que ela e Rosamaria adotaram. – Falei e minha esposa concordou. – Ele e a Liz são bem próximos também. Isso é engraçado.
– A Liz se comunica com todos. – Sheilla falou e eu concordei. – Será que todas vem?
– Carolana não. – Falei fazendo um beicinho. – O Gabriel teve febre essa noite. Mas parece estar se recuperando já.
– Eu pedi comida vegana também.
– A Macris vem, amor. – Lembrei e ela sorriu.
– Céus! Quase esqueci da minha vegana.
– Deixa ela saber disso. – Impliquei e ela gargalhou.
Ficamos por mais alguns minutos conversando sobre coisas banais. O final do dia já pairava sobre a cidade. Isso sinalizava que logo o grande grupo chegaria.
Aproveitei para levantar com Sheilla e organizar as últimas coisas para o jantar. Costumávamos a fazer mensalmente na casa de alguém, mas esses encontros foram diminuindo conforme a vida acontecia. Responsabilidades, filhos, trabalho... Diante a tantos desafios cotidianos, era difícil reunirmos todas como nos velhos tempos. Contudo, na nossa idade, precisávamos ter flexibilidade e compreensão, todas tinham seguido suas vidas e rotinas. A real é que todas precisamos descobrir o que era a vida sem o vôlei. Bem, descobrimos que não vivemos sem vôlei. De uma forma ou outra, nossos caminhos sempre cruzavam com esta nossa paixão em comum.
(...)
– Thaísa, se você manchar esse tapete a Gabriela me mata. – Ouvi a voz de Sheilla falando com a loira. A ex-central dançava com uma taça de vinho na mão. Eu neguei rindo da preocupação de Sheilla. Ela estava se esforçando muito desde nossa conversa.
– Ela nem tá reclamando, mas eu vou tomar cuidado. – Thaísa jogou um beijo no ar e eu retribui. – Gabizinha, desde quando a Sheilla ficou chata?
– Desde o terceiro ano de casamento. – Brinquei ganhando um perfeito "o" de minha esposa.
– Nati, vem aqui! – A voz rouca de Sheilla chamou minha melhor amiga e eu revirei os olhos. – Eu ou Gabriela! – A mais velha sinalizou para minha amiga. – Quem é mais chata?
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Sorte - Sheibi
FanfictionO que fazer quando o coração escolhe um caminho diferente? Sheilla Castro, uma das maiores jogadoras de voleibol se viu frente a um caminho que nunca imaginou. Perigo ou sorte? Talvez seja um pouco dos dois quando seu coração decidiu se entregar a G...