Competição

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Voltei mais cedo 👀

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Pov Sheilla Castro

Vamos, Sheilla! Bora, porra! Desce elas.

Ouvi Zé Roberto falar agitado e batendo palmas. Tratava-se apenas de um treino, todavia eu fazia questão de doar tudo de mim até que se tornasse fácil reproduzir em quadra. Observei Macris levantar a bola enquanto Garay se preparava pela linha de fundo para atacar. Já prevendo a bola com força que receberíamos, subi no bloqueio duplo juntamente com Carol. Com firmeza nas mãos, empurrei a bola para baixo fazendo o match point, encerrando assim o jogo treino em 3x2 sets. Cumprimentei todas no pequeno círculo no meio da quadra e logo o Zé continuou o treino rodando as meninas. Me afastei um pouco e sentei em um canto para recuperar o fôlego enquanto assistia Rosamaria pontuar fazendo uma linda bola "China", realmente ela estava muito próxima de Gattaz. Percebi uma aproximação e ergui o olhar encontrando Gabriela estendendo uma garrafa de água em minha direção.

– Obrigada! – Agradeci sincera ao perceber que a mais nova deixou aberta.

– De nada! – Deu os ombros. – Posso? – Questionou indicando que queria sentar ao meu lado.

– Sempre, Gabriela. – Falei e a menina sentou. – Cansou? – Iniciei o assunto já implicando.

– Estou inteira. A véia aqui é você. – Gabriela respondeu e eu a fuzilei com os olhos.

– Velha? – Perguntei notando o ar engraçado na menina. Ela estava tirando com a minha cara.

– Sim, virou 3 bolas e sentou. Em 2012 foram 5. – Respondeu sapeca e eu ri.

– Em Londres valia o ouro, Gabriela.

– Aqui pode valer uma massagem, quem sabe!? – Pontuou com falsa inocência.

– Ah, pois bem. Você virou duas bolas. Me deve uma massagem.

– Tem que ser uma competição justa, Sheilla. – Gabriela reclamou. – Estava me observando?

– Sempre estou. – Dei os ombros. – Foi justa, venceu a que virou mais. Hoje você faz a massagem. Amanhã você tenta ganhar.

Pisquei e saí andando. Fizemos mais algumas atividades naquela tarde e em seguida fomos liberadas. Zé pediu que todas descansassem bem naquela noite. Teríamos um dia cheio amanhã. Estava no quarto quando meu celular tocou e rasguei um sorriso de orelha a orelha. Era a babá das meninas, sabia o quanto elas poderiam ser insistentes para falar comigo.

– Oi, minhas meninas. – Falei empolgada vendo o rostinho de Liz e Ninna na tela.

– Mamãe, eu tô com saudades. – Liz falou de forma enrolada segurando a tela do celular.

– A mamãe também está, minha loirinha. Vocês podem me ligar sempre, viu? Logo estou em casa.

Começamos a conversar e eu aproveitei para fazer alguns questionamentos sobre alimentação e a rotina delas. Sabia que o Bernardo trabalhava muito, mas que estava ali para o que elas precisassem. Para minha surpresa, dona Maria estava sozinha com elas naquela noite, o que não era comum. Minha atenção foi desviada da vídeo chamada com minhas filhas quando senti um cheiro gostoso invadindo o quarto. Olhei em direção a porta do banheiro onde Gabriela saiu usando um short que estava totalmente coberto pelo blusão da nike que ela usava. Senti novamente um frio na barriga ao encarar a menina e congelei na posição. Só despertei quando uma vozinha me chamou.

– Mamãe, a gente pode tomar sorvete hoje? – Ninna perguntou com aqueles olhos de quem poderia me pedir o mundo que eu daria.

– Hoje está tarde, meu amor. – Neguei com a intelectualidade que eu ainda tinha. Poderia ceder a qualquer momento aos desejos das minhas gêmeas. Elas sabiam como persuadir alguém.

Sorte - SheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora