Você me dá sorte I

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Eu tinha algumas palavras soltas e resolvi uni-las em alguma coisa para vocês e por um motivo importante.

Gostaria de pedir uma ajudinha. Como você sabem, o Rio Grande do Sul está passando por um momento muito delicado. E a nossa querida Lia ficou impossibilitada de estar na VNL, mesmo após adquirir os ingressos.

Pensando nisso, ela irá sortear os ingressos por meio de uma rifa que será revertida em doações. Eu vou deixar o usuário dela no Twitter (ou X) para que vocês possam contribuir, mesmo que não consigam ir aos jogos. @sfvstan_

Boa leitura!

Flashback - 2 maio de 2024

Point of  View - Sheilla Castro
Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara

Meu amor, você me dá sorte
Meu amor, você me dá sorte
Meu amor, você me dá sorte na vida

– Senhoras e senhores passageiros, informo que já estamos sobrevoando a cidade do Rio de Janeiro. Dentro de instantes, posaremos no Santos Dumont. Passageiros sentados a direita terão uma bela vista do Pão de Açúcar...

Escutei o piloto falar avisando o pouso. Respirei fundo observando a linda vista do Rio de Janeiro. Não bastava ser o cartão postal do Brasil, a cidade nos dava vontade de viver. E apesar de lindas lembranças aqui, me doía lembrar que a última vez que vesti a camisa amarelinha nesta cidade, veio o peso amargo de derrota.

Pra mim, sempre foi difícil não ser a melhor em tudo. Eu estava acostumada sempre a vencer e vencer. Mas o gosto amargo da Rio 2016 sempre seria um calo nos meus pés. Uma carreira tão vitoriosa e eu sempre sentiria vontade de vencer em casa.

– Sheilla, vamos? – Ouvi a voz que eu tanto conhecia tocar suavemente em meus ombros. Me dei conta que já tínhamos pousado e restavam poucas pessoas na aeronave. – Não percebeu que pousamos?

– Nossa, Thaisa! Não percebi. Estava mergulhada em pensamentos. – Fui sincera e quanto me levantava. – Impossível não lembrar da Rio 2016. – Bufei.

– Todo atleta aprende com seus erros. – Deu os ombros. – Não se pode ganhar todas, infelizmente. Mas eu queria.

A loira disse e se levantou rindo. Saí com Thaisa em direção ao carro que já nos aguardava para rumo a Saquarema. Hoje em uma posição diferente, Thaisa ainda brilhava como central. Aliás, uma das melhores em atividade hoje não só no Brasil, mas como uma referência mundial. E modéstia parte, para mim, a melhor. Sempre.

Já eu me preparava para assumir um legado por trás das linhas. Agora eu fazia parte da comissão técnica da seleção brasileira de vôlei feminino. Após anos de estudo e uma vida dedicada ao esporte, eu não conseguia mais ser nada diferente. A minha vida é o vôlei.

Algumas horas depois

– Ela está demorando. – Olhei inquieta em meu relógio.

– Ela quem? – Macris perguntou chegando na sala onde eu, Thaísa e Carolana estávamos descansando.

– CHUTAAA! – Thaisa falou alto debochando de mim e eu revirei os olhos.

– A capitã? – Macris riu baixinho. – É muito bom amar... – Suspirou.

– Oh se é! – Carolana falou sorrindo sacana. – Amar mulher. Uma experiência única, dolorosa mas tão gostosa.

– Isso eu não posso negar e já vivi os dois lados da moeda. – Falei sorrindo checando mais uma vez meu celular.

Sorte - SheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora