Capítulo 4

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Gabriela Guimarães On

Sheilla estava emburrada, sua expressão não estava a das melhores. Tentei anima-la durante nosso lanche no fliperama, mas foi em vão.

- Está entregue. - Ela para o carro em frente a minha casa - São 22:45, está em casa antes das 23h.

Sorri da sua análise. Parecia que ela estava tentando agradar minha mãe, talvez?!

- Foi muito bom ganhar de você. - Tiro o cinto de segurança

Sheilla volta a ficar emburrada, como essa mulher é competitiva.

- Não perdi. - Ela bate os dedos no volante - Deixei você ganhar, para termos outro encontro!

O fato de ter outro encontro ela, me animava. Porém, precisava pensar muito bem onde a levaria. Ela era mais velha, não que isso fosse um problema, mas certamente já foi em encontros incríveis.

- Vou aceitar isso, a soberba dos perdedores é complexa. - Provoco

Sheilla bufa seria.

- Obrigada pela noite, foi ótima! - Beijo sua bochecha

Sheilla desfaça sua cara emburrada

- Me diverti muito! - Continuou

- Eu também. - Ela retribui meu beijo - Estou esperando pelo próximo!

    (...)

Sheilla Castro On

Sai com Gabriela foi divertido, me diverti como a muito tempo não fazia. O principal da noite, foi ter deixado ela ganhar com o objetivo de ter outro encontro. Me senti mais segura deixando ela ganhar, do que eu tomar outra atitude e chamá-la para sair.

- Então, decidiu tentar alguma coisa com a novinha? - Thaisa pergunta saindo do carro

Para o treino de hoje, busca-la em casa. No caminho, fui contando tudo que aconteceu com Gabriela. Thaisa passou o tempo inteiro, falando que deveria ter beijado a ponteira, no primeiro encontro a minha parte careta achava que era muito cedo, não sabia como Gabriela reagiria.

- Você parece uma velha de 80 anos. - Thaisa me provoca - Vamos, Sheilla. Não sabe mais flertar?

A verdade é que não, não sabia. A vida toda as pessoas chegavam em mim, não estava acostumada em chegar nas pessoas.

- Me erra, Thaisa! - Tentei fazer o assunto morrer

Mas, era a Thaisa, o assunto não iria morrer com tanta facilidade. A loira continuou a falar no meu ouvido sem parar do estacionamento até a entrada da quadra de vôlei. Podia ouvir o barulho das bolas baterem no chão e um certo falatório.

Os treinos de sábado (quando tinham), são sempre mornos e sonolentos, estranhei o falatório.

- Não pira, amiga! Respira fundo. - Thaisa me olha seria

Ela já tinha entrado na quadra e, voltou segurando meus ombros. Assim que entro no recinto, entendo o porquê da fala de Thaisa. Mari estava ali!

Além de estar ali, coisa que já tinha dito que não queria, ela ainda vestia o uniforme do Minas e estava jogando com algumas meninas.

Larguei minhas coisas com Thaisa, percebendo que ninguém notou minha presença, fui correndo até a sala da responsável pelas contrações.

- Keila, o que a Mari está fazendo aqui? - Pergunto abrindo a porta com violência

- Bom dia, Sheilla. Estou bem, obrigada por perguntar. - Ela foi irônica comigo - Sente-se!

Um tanto sem graça por meu comportamento, fecho a porta e me sento em uma das cadeiras de seu escritório.

Heaven is you, fire on fireOnde histórias criam vida. Descubra agora