Real Essência - Finalizado

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Palhares

Saí do presídio e fui direto pra favela buscar o que é meu por direito.

Gostava da Paola, achava maneirinha e tal, mas novinha igual a ela tem de monte pô, não vai fazer tanta falta.

Comecei a ficar em alerta quando ela me deu o Juruna de bandeja, ali eu vi que tinha que ser olho por olho e dente por dente.

Se Paola foi capaz de trair o próprio pai imagina eu que só atuava ali de vez em quando ?

Me afastei dela e tratei de dar com a língua nos dentes pra poder terminar de fazer um pé de meia.

Palhares - Cadê o dinheiro pô ?

Marquinho - Tá lá em cima, sobe aí pra tu ir lá buscar... _ falou e eu desconfiei.

Quando eu tentei me esquivar os caras já tavam com a pistola apontada pra mim, subi na moto sem tentativa nenhuma de defesa, a minha arma eu deixei no carro.

Viemos pro alto, quase no meio da mata, Paola já tava aqui gritando desesperada. Acabaram com a garota, deram porrada, cortaram o cabelo e os caralhos, ficou irreconhecível.

Marquinho - Tu quer dinheiro ? Aqui teu dinheiro! _ me deu um soco por dentro da cara.

Palhares - Precisa disso não porra, age namoral...

Marquinho - Agir namoral contigo o caralho rapá, com safado igual a tu é sem leme! _ me deu outro soco.

Apanhei quieto, sou sujeito homem e não vou dar pra ele o gosto de me ver sentindo dor.

Marquinho - Fala tu chefinha, qual é o nono mandamento ? _ Paola ficou calada _ Tua língua só funciona pra cagoetar né !? Cagoeta filha da puta! _ deu um murro nela _ FALA CARALHO!

Paola - Não... _ ele deu outro murro nela.

Marquinho - Sem gaguejar, na hora de cagoetar tu não deu nem pausa!

Paola - Não cagoetar! _ falou entre dentes e Marquinho atirou no joelho esquerdo dela _ AÍ, AÍ, ME MATA LOGO, PELO AMOR DE DEUS! _ esbravejou.

Marquinho - Tu vai morrer lento sua filha da puta, sustenta a tua marra porra, deixa de ser frouxa! _ atirou no joelho direito e Paola urrou.

Assisti tudo, o terceiro e quarto tiro foi no ombro esquerdo e direito, dois nas mãos, dois nos pés e o último na barriga, vi aquela menina agonizar na minha frente e ali a minha ficha caiu.

Não adianta correr, muito menos tentar fugir da lei da semeadura, esse negócio de subir na vida pisando nos outros sempre tem um preço, pena que eu só pude entender isso quando era tarde demais!

Marquinho - Garantiu teu caixão fechado, seu verme! _ cuspiu na minha cara e engatilhou a arma _ Só pra não errar o alvo! _ sorriu debochado e deu o primeiro tiro.

As vezes a vida cobra muito caro pela nossa ganância e soberba, esse foi o meu valor e pagamento.

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13/10/2021