Observando por entre as percianas,da sacada onde me encontrava,eu conseguia ver meu melhor amigo sorrindo de orelha a orelha para cada palavra que Zayn dizia.
Eles pareciam presos em um bolha impenetrável,entorpecidos pelo ar que os cercava.Levantei-me do banquinho, posicionado ao lado de um vaso de orquídeas azuis e caminhei até o parapeito, observando a cidade sob meus olhos.
O cigarro queimava lentamente por entre meus dedos.A brisa cortante atingia minhas bochechas, queimando-as vagarosamente.
Niall ainda não havia chegado,assim como Harry.
Eu estava começando a cogitar a ideia de que ambos não viriam, até um aroma familiar adentrar minhas narinas deixando-me levemente anestesiado.Ouvi seus passos se aproximarem de forma lenta e torturante por breves segundos, até ter sua silhueta surgindo ao meu lado.
Pela minha visão periférica vê-lo apoiar os braços pela superfície do parapeito.Meu coração errou algumas batidas quando nossos braços se tocaram devido a proximidade.
Apaguei o cigarro no cinzeiro e inspirei fundo.— Me desculpe pelo atraso. — sua voz soou extremamente rouca — Tive um imprevisto.
— Pensei que não viesse. — suspirei sofrêgo, lembrando da noite em que fiquei o esperando.
E como se pudesse ler minha mente,ele disse:
— Naquela noite eu queria voltar, mas...
— Se distraiu com a pau do seu noivo, tudo bem. — dou de ombros fingindo indiferença — Eu dormi mesmo.
— Ele me ofereceu uma garrafa de vinho para que eu pudesse lhe fazer companhia. — olhei para Harry que mantinha seus olhos fixos lá embaixo — Eu precisava, então...
— Você precisava? — perguntei, inclinando a cabeça e cruzando meus braços — Harry...
— Você não entende como eu me sinto,Louis. — ele finalmente me olha com seus olhos verdes escuros — Eu fui para a clínica,eu me curei,mas...As vezes eu quero ter uma recaída.As vezes só o álcool ameniza tudo que sinto.
— E o que você sente? — minha pergunta o faz balançar a cabeça — O que te faz beber?O casamento se aproximando?O trabalho,ou...
— Tudo isso. — confessa, abaixando a cabeça — Meu pai me jogou nessa sem ao menos perguntar o que eu queria.
— E o que você queria? — Harry ergue a cabeça, parecendo levemente surpreso pela minha pergunta.
Talvez as pessoas não costumam perguntar o que ele realmente quer.— Eu,ahn...Estava na faculdade. — seus olhos brilham em nostalgia — Meu sonho é ser fotógrafo,mas...Tive que largar tudo quando meu pai ficou doente.Ele não quis saber se eu queria,apenas disse que eu precisava ocupar o seu lugar.
— Não pensou em...Sei lá,dizer não?
Harry soltou uma risada sem traço de humor algum e negou com a cabeça.
— Ele é meu pai. — disse como se fosse o motivo de tudo.
— E daí?
— Ele está morrendo,Louis. — ele dizia com a voz fria e calculada — Você não entende.
— Mas estou tentando entender. — dou um passo em sua direção — O que mais você faz pela aprovação do seu pai?
Ele solta uma longa lufada de ar, parecendo envergonhado e receoso.
— São tantas coisas. — dá de ombros, desviando o olhar.
— Você quer falar? — ele nega — Tudo bem,vou pegar um refrigerante para você,uh?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Damn Fate ✧ l.s
RomanceDizem que a primeira impressão é a que fica. E talvez isso soe uma tremenda idiotice para Louis, levando em conta todas as malditas coisas que acontecem com ele. Dar um soco na boca de um desconhecido não parece a melhor forma de se iniciar um diálo...