Part 24

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_ Que tal, vermelho ? _ Sarah balança o vidro de esmalte em frente ao meu rosto.

_ ta, pode ser _ respondo desinteressada para a loira que pintava minhas unhas da mão.

A verdade era que Rafe não saia da minha cabeça , suas palavras circundavam minha mente como um disco arranhado me fazendo ir a um mundo em que só exista ele e eu.

Eu ainda não havia decidido se iria o encontrar, mas algo me puxava para ele e por mais que eu tentasse fugir, eu sempre iria até Rafe. Quando ele disse o motivo de ter agredido Connor, senti meu coração queimar e uma chama de esperança se acender dentro de mim.

Eu era uma estúpida por esperar algo de Rafe, uma idiota por achar que ele se importava comigo, uma tonta por ainda acreditar que poderíamos ficar juntos.

_ hey, ta ai_ Sarah me chacoalha e eu volto para a terra _ sua mãe chegou _ ela me avisa e eu respiro fundo quando a mulher que me deu a luz adentra o quarto _ eu vou deixar vocês conversarem _ Sarah sai e nós deixa a sós.

Minha mãe caminha pelo quarto e eu sabia que ela estava a ponto de explodir. Sua boca formava uma linha fina enquanto sua feição era a mais séria e assustadora possível.

_ mãe, eu..._ ela ergue a mão me interrompendo.

Seus olhos frios pairam em mim e sua voz autoritária chega aos meu ouvidos.

_ só vim te avisar que estamos indo embora na semana que vem _ ela anuncia

_ como assim? _ me levanto confusa _ nós não íamos ficar um mês ? _ minha mãe desliza seus dedos pelo armário amadeirado de Sarah antes de responder

_ mudança de planos _ ela diz simples

_ e quando vocês decidiram isso?

_ se você estivesse com sua família iria saber _ ela se vira para mim e caminha até parar á minha frente _ mas você prefere andar com esses adolescentes idiotas _ sinto meu sangue ferver _ esse seu grupinho de amigos não está te fazendo bem _ ela não podia estar falando sério _ a partir de hoje você não irá andar com mais nenhum deles, ouviu bem? _ ela ordena

_ eles são meus amigos _ esbravejo quando minha mãe já estava de costas _ eu não irei deixar de sair com eles

_ eles não se importam com você, eles são só um bando de...

_ não termina essa frase _ digo no mesmo tom que o seu

_ é o meu último aviso _ ela continua seu caminho para fora do quarto e eu tento me controlar para não xinga-la.

_ e com quem eu deveria andar? _ pergunto sínica

_ Com Rafe e seus amigos, eles sim são boas influências para você _ solto um riso de escarnio

_ eles não são e você sabe bem, a única coisa que eles tem que te agrada é o dinheiro e eu já me cansei de ter amizades fúteis para manter as aparências de uma família perfeita _  suspiro _ se você realmente se importasse comigo, VOCÊ NÃO IRIA TIRAR OS ÚNICOS AMIGOS QUE EU TENHO _ grito sentindo o choro se entalar em minha garganta, minha mãe finalmente se vira e sinto seus dedos apertarem minhas bochechas.

_ eu sei o que é melhor para você, e um dia você irá entender _ ela aperta ainda mais seus dedos contra o meu rosto _ então, acho melhor você me obedecer e ser uma boa garota até irmos embora, ouviu bem? _ ela solta meu rosto e ajeita sua roupa antes de sair do quarto.

Jogo as coisas que estavam em cima da cama no chão tentando extravasar todo o ódio em meu corpo, ela não podia estar falando sério, eu não acredito que ela queria me tirar das únicas pessoas que se importavam comigo de verdade.

Minha mãe era como todos que estavam ao meu redor antes de eu vir para Outer Banks, pessoas fúteis e cheias de si, ela não ligava para como eu me sentia e sim como eu devia aparentar. Eu estava cansada de manter pessoas vazias ao meu lado, mas como mudar se a sua própria mãe era uma delas?

Me sento sobre o colchão macio e grito abafado contra o travesseiro, todo o ódio havia se dissipado dando lugar a tristeza, eu só queria que ela visse os pogues como eu vejo, e não como um bando de adolescente idiotas que não tem a mesma condição financeira que a nossa. Eu não iria deixar os pogues tendo somente mais uma semana com pessoas reais e divertidas, eu estava me dando bem até com JJ, a vida só podia estar zoando com a minha cara.

***

_ Alyia, quanto tempo? _ Ward me cumprimenta ao me ver sentar ao lado da minha mãe para almoçarmos, abro um sorriso pequeno e fito o prato extremamente limpo á minha frente.

eu tentava me manter calma e fingir que eu não estava em uma guerra interna com minha mãe, ela sorria e conversava como se nada tivesse acontecido e aquilo me dava nos nervos. Sarah me olhava preocupada e a mando uma mensagem dizendo que contaria depois.

_ sem celular na mesa, Alyia _ a mulher ao meu lado diz somente para eu ouvir.

Guardo meu celular e rezo para essa tortura finalmente acabar.

Depois do almoço, passei o dia enfurnada no quarto com Sarah irritada com a minha mãe, ela não parava de reclamar e eu concordava com cada frase sua, tive que impedir Sarah de ir discutir com a minha mãe umas cinco vezes.

_ ela é uma idiota assim como meu pai está sendo  _ Sarah se joga ao meu lado _ desculpa

_ tudo bem _ a tranquilizo _ eu também acho _ Sarah sorrir e escutamos o barulho de seu celular.

_ é o John, ele está nós chamando para sair _ ela diz cuidadosa

Apesar de querer quebrar as regras da minha mãe, acho que pelo menos hoje vou fingir que irei fazer o que ela mandou.

_ pode ir, a gente se ver amanhã _ Sorrio para Sarah que inssiste em ficar _ eu prometo que amanhã eu fujo com você

_ ta _ Sarah concorda e deixa o quarto indo se encontrar com John.

Me deito sobre a cama e deixo minha mente viajar, quando me lembro do encontro com Rafe.

Havia estado tão brava com as atitudes da minha mãe que nem me lembrava de hoje á noite. Eu estava tão perdida em milhares de perguntas que mal notei quando adormeci em cima do meu celular e acordei com ele vibrando embaixo de mim.

Passo a mão pelo meu rosto, logo vendo a mensagem de Sarah  que amanhã iriamos a um lugar novo, sorrio e a respondo logo indo tomar banho.

Já eram 22:00 da noite quando sinto a ansiedade me atacar, meus pés mexiam inquietos enquanto eu estalava meus dedos com os olhos grudados no relógio do celular. O minutos pareciam horas e eu mal podia esperar para acabar com toda essa aflição .

Quando deu o horário sinto a vontade de vomitar e a inquietação em meu corpo ficar ainda maior, abro a porta do quarto e checo para ver se havia alguém acordado, a escuridão engolia todo o corredor me fazendo repensar se deveria ir ou não.

Respiro fundo e deixo meu quarto indo em direção ao final do corredor.

Abro a porta lentamente e tudo o que encontro ,além do medo em meus ossos e a ansiedade que consumia cada maldita parte minha, era a escuridão fria e silenciosa. A decepção se instala em meu peito e me xingo mentalmente por ainda cair nas brincadeiras de Rafe, era óbvio que ele não viria, eu era uma idiota.

_ você veio _ ouço uma voz rouca soar atrás de mim. Meu fraco coração acelera quando reconheço que era Rafe.

Sua voz carregava um tom surpreso e eu desejava ver seu rosto somente para saber se ele sorriu ao descobrir que eu havia vindo.

_ eu ainda me pergunto o por quê _ confesso baixo e Rafe rir fraco.

Eu estava sendo sincera, apos tudo, por quê eu havia vindo?

_ talvez, porque você ainda sinta algo por mim

With love...Onde histórias criam vida. Descubra agora