Part 33

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Deixei o escritório de Ward decidida a ficar em meu quarto até o dia em que eu iria embora, só sairia para fins de extrema importância, como comer.

O contei apenas coisas básicas, aleguei não saber de muita coisa e inventei a desculpa que os pogues ainda não confiavam em mim para me contar tudo, ele pareceu não acreditar, porém apenas assentiu calado.

Seu silêncio era perturbador, Ward era esperto, eu tinha quase certeza que ele tramava algo em sua mente insana, mas eu precisava seguir com o personagem de pessoa lerda e ingênua, para conhece-lo melhor.

Seria mais fácil se ele imaginasse que eu faria tudo que ele quisesse e que eu não tinha ideia de como ele podia ser ruim.

Deixei o banheiro do corredor e adentrei a sala vendo um Rafe estressado sentado no sofá. Assim que seus olhos azuis notaram minha presença, Rafe saltou do lugar que estava e veio até mim, ele parecia perdido e preocupado, Rafe me fitou por alguns segundos e ergueu sua mão.

Ele esperava que eu me afastasse, mas eu apenas suspirei quando sua mão tocou minha bochecha.

_ ele fez algo com você ? _ sua voz perguntou baixa.

A sala estava um pouco escura dificultando a melhor visão do meu rosto.
Rafe ainda não tinha visto que sua mão estava em cima das marcas feitas por seu pai.

_ não _ minto e me afasto de seu toque caminhando até o interruptor de luz o ligando.

Me viro para Rafe que me fita atento a cada movimento meu.

_ Aly _ ele diz após notar a marca avermelhada de seu pai e vem até mim novamente _ eu... _ ele leva sua mão até o local, mas não como antes, dessa vez ele calmamente arrasta seu dedo por minha pele _ me desculpa _ ele diz entre um suspiro _ eu...eu devia ter ido até lá, eu devia ter insistido _ sua respiração se acelera.

Eu nunca tinha o visto daquela maneira, a respiração descompassado, os olhos perdidos, as mão trêmulas enquanto ele a passa diversas vezes pelo rosto e cabelo.
Ele estava nervoso, mas não do jeito debochado que ele vivia sendo comigo, era como se Tivessem quebrado algo importante demais para ele.

Rafe se afasta e começa a andar de um lado para o outro.

_ filho da puta, ele prometeu _ ele passa a mão pelos cabelos _ ele prometeu não tocar em você, desgraçado _ Rafe chuta com raiva a pequena mesa de vidro que se estraçalha no chão.

Me assusto com seu ato e me perco com a visão que meus olhos captam em seguida.
Eu estava pouco me ligando para a mesa quebrada ou para os cacos espalhadas pelo chão, tudo o que importava agora era o garoto sentado nos pés do sofá com ambas as mãos na cabeça.

Rafe balançava seu corpo trêmulo enquanto tentava controlar sua respiração, corro em sua direção e me abaixo até onde ele estava.

_ rafe? _ o chamo _ ei, olha pra mim _ ergo seu rosto e meu coração se parte quando vejo seus olhos cheio de lágrimas _ tá tudo bem, eu tô bem _ toco com receio seu rosto esperando que ele se afaste, mas Rafe apenas fecha os olhos e respira fundo _ tá tudo bem _ repito e seu corpo vai aos poucos se acalmando. Me sento ao seu lado e encaro os cacos que restaram da mesa _ eu que não vou limpar isso _ brinco e o vejo sorrir de lado.

Ficamos ali em silêncio, apenas processando tudo, ou apenas tentando entender como paramos aqui.

_ por que você ainda se importa ? _ Rafe quebra o silêncio _ comigo? _ ele completa.

A verdade era que nem eu mesma sabia.

_ e o que eu deveria fazer, deixar você sozinho naquele estado ? _ o respondo e ele deita a cabeça no sofá.

_ eu não me refiro somente a isso Alyia _ tombo a cabeça para trás e encaro o teto.

_ eu não sei _ digo em um suspiro _ era suposto eu te odiar, né _ Rafe sorri.

_ eu me odiaria _ ele confessa

_ ai que tá, eu não sou como você _ ele se vira para mim com o rosto ainda deitado no sofá e sorri _ que foi ? _ ele não diz nada _ para de me encarar assim, tá parecendo uma maníaco _ falo e Rafe gargalha Alto.

Era a primeira vez que o via assim comigo, os olhos quase fechados, os dentes amostra e o som gostoso da sua risada.

_ eu pareço um maníaco? _ ele pergunta com uma cara assustadora, o empurro para o lado e Rafe rir novamente _ calma, eu só estava te apreciando.

_ o quão feia e chata você me acha?

_ o quão linda e extremamente chata você é _ sorrio tímida pelo seu elogio inesperado e depois o empurro fraco pelo seu xingamento a minha pessoa.

_ olha quem fala _ Rafe ergue as sobrancelhas

_  o cara mais gato que você já viu na vida _ rio nasalado

_ não mesmo, já viu o Connor, muito melhor _ falo e me arrependo logo em seguida.

Rafe estala a língua nos seu da boca e trava o maxilar ao ouvir o nome de seu inimigo de infância.

_ ele é uma babaca _ ele rosna

_ igual a você _ me acerto um tapa mentalmente, eu só piorava a situação.

_ mas você gostava de mim _ ele diz voltando ao seu estado de antes.

_ meu Deus cara, isso é passado _ Rafe sorri de lado.

_  que pena, agora que você teria chance _ ele se gaba me fazendo revirar os olhos.

_ e quem disse que eu quero ? _ indago o vendo passar a língua pelos lábios.

Rafe se aproxima e somente o cheiro forte do seu perfume já me causava uma certa fraqueza e uma insana vontade de o beijar, ele se apoia sobre sua mão e encara meus lábios enquanto leva sua mão ao meu pescoço.

Minha respiração falha enquanto tento manter minha postura, o que era idiota, já que estava na cara o efeito que ele tinha sobre meu corpo.

Rafe sorri e aproxima o rosto do meu, o suficiente para que sua respiração quente bata contra minha pele, ele afasta a mexa que estava sobre meu rosto e sussurra em meu ouvido.

_ o seu corpo, sua voz, seus pensamentos, todos eles gritam por mim _ ele solta uma risadinha antes de se afastar e voltar a se sentar ao meu lado.

_ é que sou boa atriz _ Rafe gargalha da minha mentira descarada.

_ eu que deveria ganhar o Oscar

_ por fingir ser legal comigo ?

_ por fingir que não te quero

With love...Onde histórias criam vida. Descubra agora