–Onde você está, Christian? – Ana murmurou para si mesma, enfiando o telefone de volta no bolso depois de ligar mais uma vez para ele, e de não ser atendida novamente. O que diabos estava acontecendo?No início, o fato de ele não estar retornando suas ligações a deixara insegura – ele a estaria dispensando? Mas agora, depois de dois dias de total silêncio da parte dele, ela estava começando a ficar preocupada.
E se algo tivesse acontecido enquanto ele patrulhava as ruas com os Anjos de Latão? E se ele estivesse ferido? Gail saberia como entrar em contato com ela? Ana disse a si mesma que era besteira, mas era difícil se convencer de que ele estava apenas ocupado, quando ela sabia que ele não tinha nada para fazer.
A noite de estreia seria dentro de três semanas, e ela vinha ensaiando sem parar, mas hoje era o seu dia de folga e ela estava louca de vontade de ver Christian.
Havia dedicado as primeiras horas da manhã a fazer faxina, lavar roupas e ir até a barraca do senhor Baptiste, onde comprou uma cesta de abobrinhas e até uma abóbora pequena para deixar ao lado do vaso de planta na porta de entrada do seu apartamento. Mas agora o sol havia se posto e ela andava de um lado para o outro dentro de casa, apreensiva demais para se sentar.
Chegando à conclusão de que precisava sair ou enlouqueceria, Ana chamou um Uber e decidiu que, enquanto esperava Christian responder à sua zilhonésima mensagem, tentaria obter uma resposta para a pergunta que não saía de sua cabeça desde que falara com Christian sobre o fato de Angelina não saber ler.
Vinte minutos depois, parava diante da loja que visitara mil anos atrás – ou pelo menos era isso que lhe parecia –, a loja de Fabienne.
Ana suspeitava que ela não levasse muito jeito para a vidência, mas parecia ser especialista em feitiços e maldições e coisas do gênero. Valia a pena tentar, e também desviaria seus pensamentos de Christian por alguns minutos.
Se até ela sair da loja ele não tivesse ligado, iria direto para Windisle e o caçaria lá, como fizera antes. Esperava que não precisasse chegar a tanto.
Quando Ana entrou na loja, Fabienne estava sentada no mesmo sofá em que estivera da última vez que Ana fora até ali, mas agora o bebê que ela ouvira chorando no andar de cima dormia em seus braços. Fabienne ergueu as sobrancelhas.
– Não dou reembolso.
Ana fechou a porta e se virou para ela.
– Quê? – Ela balançou a cabeça. – Não quero reembolso. Na verdade... – ela tirou o cartão de
crédito da bolsa e o estendeu a Fabienne – gostaria de outra... leitura.– Leitura?
– Sim. Como da outra vez.
– Hmm.
Fabienne desviou o olhar quando um homem veio dos fundos da loja, sem camisa, com
dreadlocks descendo pelas costas. Seus olhos sonolentos se moveram na direção de Ana e depois voltaram a Fabienne.– Ele dormiu? – Indicou o bebê com um movimento de cabeça.
– Sim. – Fabienne se levantou e percorreu a curta distância até o homem, entregando a ele o bebê enrolado no cobertor. Seus lábios grossos se curvaram num sorriso quando ele olhou para a criança, e então ele se virou e foi para o fundo da sala. Ana ouviu os sons de seus passos subindo a escada.
Fabienne se voltou para ela.
– Duas pelo preço de uma.
– Hein?
Fabienne indicou com a cabeça a cadeira diante do sofá.
– Era promoção duas pelo preço de uma naquele dia que você veio. Esta leitura é de graça. Ana se sentou na cadeira oferecida enquanto Fabienne se posicionava à sua frente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu apanhador de Desejos
RomancePouco depois de se mudar para Nova Orleans em busca de alavancar sua carreira de bailarina,Anastasia Steele se encontra mergulhada em solidão e incertezas, tendo na companhia de uma vizinha idosa seu único alívio para a melancolia que ameaça dominá...