Capítulo 32

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Onde você está, Christian? – Ana murmurou para si mesma, enfiando o telefone de volta no bolso depois de ligar mais uma vez para ele, e de não ser atendida novamente. O que diabos estava acontecendo?

No início, o fato de ele não estar retornando suas ligações a deixara insegura – ele a estaria dispensando? Mas agora, depois de dois dias de total silêncio da parte dele, ela estava começando a ficar preocupada.

E se algo tivesse acontecido enquanto ele patrulhava as ruas com os Anjos de Latão? E se ele estivesse ferido? Gail saberia como entrar em contato com ela? Ana disse a si mesma que era besteira, mas era difícil se convencer de que ele estava apenas ocupado, quando ela sabia que ele não tinha nada para fazer.

A noite de estreia seria dentro de três semanas, e ela vinha ensaiando sem parar, mas hoje era o seu dia de folga e ela estava louca de vontade de ver Christian.

Havia dedicado as primeiras horas da manhã a fazer faxina, lavar roupas e ir até a barraca do senhor Baptiste, onde comprou uma cesta de abobrinhas e até uma abóbora pequena para deixar ao lado do vaso de planta na porta de entrada do seu apartamento. Mas agora o sol havia se posto e ela andava de um lado para o outro dentro de casa, apreensiva demais para se sentar.

Chegando à conclusão de que precisava sair ou enlouqueceria, Ana chamou um Uber e decidiu que, enquanto esperava Christian responder à sua zilhonésima mensagem, tentaria obter uma resposta para a pergunta que não saía de sua cabeça desde que falara com Christian sobre o fato de Angelina não saber ler.

Vinte minutos depois, parava diante da loja que visitara mil anos atrás – ou pelo menos era isso que lhe parecia –, a loja de Fabienne.

Ana suspeitava que ela não levasse muito jeito para a vidência, mas parecia ser especialista em feitiços e maldições e coisas do gênero. Valia a pena tentar, e também desviaria seus pensamentos de Christian por alguns minutos.

Se até ela sair da loja ele não tivesse ligado, iria direto para Windisle e o caçaria lá, como fizera antes. Esperava que não precisasse chegar a tanto.

Quando Ana entrou na loja, Fabienne estava sentada no mesmo sofá em que estivera da última vez que Ana fora até ali, mas agora o bebê que ela ouvira chorando no andar de cima dormia em seus braços. Fabienne ergueu as sobrancelhas.

– Não dou reembolso.

Ana fechou a porta e se virou para ela.

– Quê? – Ela balançou a cabeça. – Não quero reembolso. Na verdade... – ela tirou o cartão de
crédito da bolsa e o estendeu a Fabienne – gostaria de outra... leitura.

– Leitura?

– Sim. Como da outra vez.

– Hmm.

Fabienne desviou o olhar quando um homem veio dos fundos da loja, sem camisa, com
dreadlocks descendo pelas costas. Seus olhos sonolentos se moveram na direção de Ana e depois voltaram a Fabienne.

– Ele dormiu? – Indicou o bebê com um movimento de cabeça.

– Sim. – Fabienne se levantou e percorreu a curta distância até o homem, entregando a ele o bebê enrolado no cobertor. Seus lábios grossos se curvaram num sorriso quando ele olhou para a criança, e então ele se virou e foi para o fundo da sala. Ana ouviu os sons de seus passos subindo a escada.

Fabienne se voltou para ela.

– Duas pelo preço de uma.

– Hein?

Fabienne indicou com a cabeça a cadeira diante do sofá.

– Era promoção duas pelo preço de uma naquele dia que você veio. Esta leitura é de graça. Ana se sentou na cadeira oferecida enquanto Fabienne se posicionava à sua frente.

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