Epílogo

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Luzes cintilantes iluminavam as árvores ao redor deles, dando um brilho romântico ao jardim de rosas.

Christian segurava a mão de Ana enquanto eles caminhavam pela via com calçamento de pedras, o perfume doce e envolvente das rosas no ar noturno.

Das varandas abertas chegavam vozes e risos, e os lábios de Christian se curvaram para cima em um sorriso quando ele olhou para o lugar que um dia fora dedicado ao seu isolamento voluntário, mas que agora era uma das coisas que mais lhe davam orgulho.

Ele parou e se virou para a esposa, puxando-a mais para perto e sorrindo ao olhar para o seu belo rosto.

– Você fica mais bonita a cada dia – ele disse, soltando a cintura dela e segurando as suas mãos, para que pudesse se afastar um pouco e olhar para ela.

Ela riu, movendo-se de um lado para o outro, fazendo o seu vestido preto de renda girar em volta de suas pernas. Parecia que ela se sentia bonita. Amada. Como se fosse as duas coisas.

Ela se aproximou dele, levando a mão à sua bochecha coberta de cicatrizes.

– Digo o mesmo de você – ela murmurou e o beijou com gentileza. E então sorriu, aquele sorriso que iluminava todo o mundo dele.

Dentro do Solar Windisle, o evento realizado pela Sociedade de Preservação Histórica havia acabado de começar. Ana e Christian queriam ficar um pouco a sós antes do jantar, então tinham escapado para o jardim.

Fazia cinco anos que Christian havia entregado Windisle à sociedade. Ele e Ana tinham concordado que era a coisa certa a fazer para preservar a história e tudo que havia acontecido atrás do muro que chora.

A sociedade, empolgada com a doação, tinha trabalhado incessantemente para recuperar o antigo esplendor de Windisle. Eles tinham feito os reparos necessários na casa – incluindo o conserto das decrépitas cabanas de escravos – usando artistas e artesãos dedicados a preservar e apresentar a história de Windisle, uma das mais importantes casas que faziam parte do legado sul-americano.

Eles estavam interessados não só em preservar a fazenda, mas também nas histórias daqueles que tinham vivido ali. A novíssima loja de presentes no térreo – aberta apenas um ano atrás – vendia livros sobre a família Grey e também sobre a história de Angelina Loreaux e John Whitfield, um livro que já era um best-seller na lojinha e frequentemente esgotava. Ele contava a verdadeira história de amor de John e Angelina e seu desfecho trágico, incluindo uma foto da carta que Christian encontrara, cujo original era exibido em uma vitrine no andar superior da casa reformada. A luz deles, a verdade deles, brilharia para sempre, para o mundo todo ver.

A sociedade tinha ido atrás de Timothy Mansfield, o homem mencionado na carta de John, e descoberto que ele era um soldado do norte bem conhecido por ter sido um espião que direcionava as informações obtidas de soldados do sul que trabalhavam infiltrados a serviço do norte.

Eles haviam encontrado vários documentos pertencentes a ele que faziam alusão às iniciais JW, que agora acreditavam se tratar de John Whitfield, um soldado do sul que havia corrido um grande risco ao passar informações secretas ao norte, para que eles pudessem vencer a guerra e libertar a sua amada.

Se ao menos ela tivesse sido informada. Se ao menos...

Timothy Mansfield tinha sido morto várias semanas antes de Angelina tirar a própria vida. Supunha-se que, entre outras coisas, ele vinha entregando a correspondência de John na casa dele e que a carta destinada a Angelina tinha sido incluída por engano entre as cartas da família dele.

O que John fez ao descobrir que o amigo tinha sido morto? Quando descobriu que sua família o havia traído e mentido para Angelina? Ou quando suspeitou que isso pudesse acontecer? Não havia como saber, pois os espiões mantinham poucos registros de suas missões ou desvios para casa. Mas Christian não conseguia tirar da cabeça o som estrondoso daqueles cascos de cavalo de seu sonho sempre que pensava nisso. Que não seja tarde demais...

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