ɑtuɑlmente | 𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒐 𝒂𝒎𝒐𝒓 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒐𝒖 𝒂 𝒔𝒂𝒖𝒅𝒂𝒅𝒆...

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Eu podia citar todos os lugares por onde passei dentro desse hospital no último mês

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Eu podia citar todos os lugares por onde passei dentro desse hospital no último mês. A sala de espera, a ala da psiquiatria, a recepção. Sabia que para chegar na lanchonete eu tinha que sair e atravessar o jardim grande e que a emergência era muito mais frenética do que estava acostumado.

Podia dizer também quantas pessoas eu tinha conhecido. As tias da cantina, a moça da limpeza e a recepcionista que sempre sorria para mim quando eu chegava. Eles achavam adorável que eu estivesse aqui em todos os momentos de visita, mesmo quando os psicólogos tinham dito que eu não podia entrar.

  O último mês tinha sido fisica e mentalmente exaustivo. A sensação de quase ter perdido Tiana para sempre deixava um gosto amargo na minha boca, principalmente quando eu lembrava que as coisas entre a gente poderiam ser mais fáceis se não fossem complicadas demais por fatores idiotas.

A minha única sorte tinha sido a licença que a LOUD tinha me dado. Eles sabiam que tinham coisas demais para que eu pudesse lidar. Não estava conseguido me concentrar nas lives e estava o pior do mundo nos campeonatos. Nunca conseguia estar a par das gravações e eles tinham achado que depois de seis meses morando em SP eu merecia um tempo para descansar em casa.

Óbvio que a notícia sobre meu afastamento não tinha sido bem recebida. O público nunca estava ciente do qual esgotado mentalmente a gente podia ficar, principalmente estando tão longe de casa, mas mesmo assim nem com eles eu podia lidar. Eu só precisava estar em casa, pôr minha vida no eixo antes de tentar me resolver com eles, com Tiana e com meu trabalho, por último. Me sentia péssimo em deixar o time na mão, mas eles estavam melhor sem mim.

  E eu estava aqui há apenas alguns dias antes de tudo. A notícia tinha se espalhado, mas fora os amigos que tinham vindo me visitar, eu evitei sair e até mesmo de ligar o celular. A primeira vez em que realmente eu tinha pegado ele para alguma coisa, tinha sido para ligar para Tiana no dia do acidente.

─── Seja lá o que tiver no chão, não acho que olhando pra ele não vá resolver o problema. ─── Raffael se juntou à mim encostado na parede. ─── Você parece cansado. Por que você não vai em casa um pouco?

Balancei a cabeça.

─── Não. Eu disse que voltaria. ─── Murmurei, piscando algumas vezes.

─── Eu sei e ela também sabe. Amanhã você poderá vê-la, ninguém vai impedir. Eu juro.

Eu ri, descrente.

─── Mesmo? Como juraram da última vez?

  ─── Você sabe o que aconteceu...

  ─── Não, não joga isso pra cima de mim! Ela acha que eu fui embora, que eu deixei ela pra ir para SP e foda-se. Ela acha que eu deixei ela quando eu não fiz isso. ─── Respondi. ─── E se eu for agora... se eu for ela não vai acreditar mais mim. Por quê ela está esperando que eu volte.

𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝒄𝒉𝒖𝒗𝒂 𝒗𝒊𝒆𝒓 • loud thurOnde histórias criam vida. Descubra agora