bom dia.
Um segundo. Mil milésimos e tempo o suficiente para causar o caos ou a paz.
As pessoas costumam achar que um segundo é pouco, se comparado com dois ou três, mas se for parar para pensar, sempre há um número maior, mais valioso que outro, mostrando que todo o tempo é precioso.
Para mim, um segundo sempre foi o suficiente. O suficiente para mudar o rumo de uma história ou o momento dela. Um maldito segundo decisivo mudava tudo. O resultado de um campeonato, as reações das pessoas, a forma como elas vão te tratar após eles.
Sem o primeiro maldito primeiro não existiria o segundo, nem o terceiro, nem o minuto, nem a hora. Era ele quem decidia se te colocava lá em cima ou lá embaixo. Ele era o início para o fim, ou não.
─── Ô Thur, tudo certo para ir pra SP na sexta, né? Tenho que programar se eu tiver que dirigir.
Meu irmão entrou no carro batendo a porta e me tirando dos pensamentos. Estava assim desde a última queda do campeonato ontem. Mais um resultado ruim.
Joguei minha cabeça para trás, só agora lembrando que tinha uma gravação para a loud no fim de semana.
─── Ainda acho que eu posso ir de avião de boa. Já é tranquilo viajar só e posso pedir um dos meninos para me buscar no aeroporto.
─── Também acho que é melhor né, quem que gosta de passar o dia todo dirigindo? Mas não posso fazer nada, ordem da mãe.
Assenti. O fim de semana mal tinha passado e já era segunda de novo. Com isso, além de pensar na escola, eu tinha que pensar em trabalhar também pra cumprir o restante das horas de live, fora os campeonatos que ainda restavam. Eu tinha que me desdobrar em três já que teria que estar em SP de novo quando as finais presenciais voltassem.
Encarei as casas passando pela janela e as poucas pessoas andado pelo horário. O caminho para o colégio não era longe, mas eu não suportava caminhar mais do que caminharia da cozinha até meu quarto. E minha casa era grande pra caralho.
─── Quer carona na volta?
─── Não, volto de pé mesmo. Valeu aí.
Meu irmão sorriu quando parou na frente do colégio e eu desci, batendo a porta. Como sempre, as pessoas olharam. Era impossível não fazer, mesmo que estivessem acostumados a me ver todos os dias, com a mesma cara amassada e tédio. Embora a maioria continuasse fingindo agir normalmente, era desconfortável as vezes.
Hoje, o desconforto era pior. Nada era tão terrível do que ter que encarar a realidade fora dos resultados.
─── Fala aí. ─── Cumprimentei alguns amigos de sala, fazendo um toque.
Eles entraram em um assunto sobre uma prova que eu nem lembrava que teria, embora etivessem dito que tinham avisado no grupo da sala, mas não me importei muito. Eu não olhava o grupo da sala.
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𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝒄𝒉𝒖𝒗𝒂 𝒗𝒊𝒆𝒓 • loud thur
FanficTHUR (LOUD) | Concluída ✔ Tiana sempre amou a chuva. Sempre amou as gotas escorrendo na sua janela, o toque melancólico e poético que ela trazia e a sensação de aconchego em meio ao caos. Ela gostava tanto ao ponto de passar horas encarando o céu, d...