𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 › ...𝚚𝚞𝚎 𝚜𝚎𝚖𝚙𝚛𝚎 𝚟𝚘𝚞 𝚟𝚘𝚕𝚝𝚊𝚛 𝚙𝚘𝚛 𝚟𝚘𝚌𝚎̂...

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olá kk

─── Como assim você vai embora?

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─── Como assim você vai embora?

Perguntei novamente, dando alguns passos para trás quando Arthur tentou me alcançar. Este apenas me encarou com um olhar dolorido.

─── Eu queria ter te contado antes, Tina..

─── E por que não fez? ─── Retruquei, cruzando os braços na altura do peito. ─── Por que agora, Arthur?

─── Porque, de alguma forma, eu sentia que estava te enganando e isso estava me corroendo por dentro. ─── Sussurrou. ─── Eu gosto de você, Tina e nao queria estragar as coisas entre a gente. Juro para você que tentei arrumar um jeito de te falar isso antes que alguém fizesse.

Nos encaramos por um tempo. Eu, ainda encolhida entre meus próprios braços e ele segurando as alianças entre os dedos, até que resolvesse se aproximar de novo. Daquela, não me afastei como tinha feito, apenas cedi contra o seu abraço, deixando um soluço escapar quando tudo encaixou e eu respirei seu perfume.

─── E-eu... não... não quero que você vá.

─── Eu também não quero mais ir, vai por mim. ─── Sussurrou. ─── Desculpa despejar isso em cima de você em um dia tão especial, mas sei que se passasse mais um sem te dizer eu ia surtar.

Balancei a cabeça, ainda inconformada e processando o que acabara de dizer quando seus dedos tocaram a minha cabeça, forçando-me a olha-lo.

E foi ali que eu vi.

Vi que nada estava sendo mais fácil para ele do que era para mim e que, mesmo assim, estávamos andando em direções opostas mais uma vez.

─── Esse não é o fim de tudo, certo? A gente pode fazer funcionar, só basta querer. Uns quilômetros aqui e ali não muda o que a gente sente, nem o que a gente tem, nem o fato de que a gente vai tentar pra caralho, todos os dias, fazer a saudade diminuir até poder se ver. ─── Ele disse.

Ri baixinho, ainda em lágrimas, sem saber se estava mesmo entendendo a proporção de tudo aquilo ou não, porque a teoria era sempre mais bonita que na prática. Uma semana longe já tinha sido difícil, meses seriam massacrantes. São Paulo não era tão perto quanto parecia e nós não tínhamos idade o suficiente para estar de um lado para o outro.

Novos demais para amar com tanta intensidade.

─── Você conhece SP? Acho que não, né? Quem sabe quando você for me visitar eu não te leve para dar uma volta.

─── Eu iria adorar. ─── Sussurrei. Um soluço melancólico escapou dos meus lábios ao tempo em que piscava para espantar as lágrimas que ameaçavam cair de novo. ─── Quando você tem que ir?

Arthur demorou um tempo. Olhei para ele, que encarava as mãos pensativo e esfreguei meu nariz no seu queixo para chamar sua atenção. Nos seus olhos, ainda existia alguma coisa que eu não sabia definir o que era, mas podia ter certeza que ele já tinha chegado com ela.

𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝒄𝒉𝒖𝒗𝒂 𝒗𝒊𝒆𝒓 • loud thurOnde histórias criam vida. Descubra agora