THUR (LOUD) | Concluída ✔
Tiana sempre amou a chuva. Sempre amou as gotas escorrendo na sua janela, o toque melancólico e poético que ela trazia e a sensação de aconchego em meio ao caos. Ela gostava tanto ao ponto de passar horas encarando o céu, d...
eu falo: tá acabando e vcs: posta mais capítulo aídepoisque acaba todomundodançané pichulinhas
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O olhar surpreso dos meus pais, irmãos e Maísa quando me viram entrar e sentar bem à frente me deixou um pouco mais nervosa do que já estava. Girei o pulso algumas vezes, ouvindo eles estalarem e firmei a mão no arco, notando ela já trêmula. A insegurança tomou conta de mim por completo.
Já fazia um bom tempo desde a última vez e embora eu estivesse acompanhando e ajudando nos ensaios, eu nunca tinha ensaiado com o instrumento, de fato.
Entreguei um olhar de novo para minha família, tentando sorrir calma mas não sei se deu certo. Tudo que recebi foi um sorriso sincero de mamãe e Maísa erguendo os dois polegares para indicar que eu estava fazendo o certo. Meus sogros tambem sorriam e ao lado deles uma cadeira vazia enfeitada a primeira fileira de cadeiras do auditório.
Ajeitei a partitura, sentindo uma mão tocar meu ombro e quando me virei, Victor estava me dando um olhar tranquilizador.
─── A gente vai se sair bem. ─── Disse, piscando um olho.
Sorri fraco para ele, assentindo antes de me virar de novo a tempo de ver o professor de música tomar a frente para nós guiar. Então tudo se cobriu de silêncio, completamente. Todo o zumbido da minha mente, toda insegurança, tudo. Apenas o silêncio após a primeira, segunda, terceira nota. Só minhas mãos que pareciam prestes a interferir, mas eu estava no controle dessa vez.
Pelo menos dessa vez.
Música foi tudo que eu aprendi a fazer desde nova. O violino tinha sido o instrumento que eu tinha amado sem fazer nenhum esforço e sempre seria. Eu sei que a dica da vida é não fazer a sua vida ser resumida em apenas uma coisa, mas a minha, infelizmente era.
Por isso que eu nem oeevebi o tempo passando enquanto tocava. Eu só acompanhei o ritmo e, quando tudo acabou, eu vi meus pais chorando na plateia, fazendo meu peito apertar com força. Tinha sido difícil para mim, mas para eles também não tinha sido fácil. Lidar com cinco filhos, entre eles eu, me afundando em mim mesma, provavalmente tinha sido pior do que eu pensava.
Ouvi os aplausos em êxtase, sentindo meu coração batendo forte, com aquela sensação boa, vívida, transbordando em todos os poros é deixei todo o ar pesado sair dos meus pulmões. Sorri olhando para trás, para o grupo que estava ali, e pisquei um olho como uma forma de parabeniza-los pelo bom trabalho.
O professor nos chamou para ficarmos de pé, em frente ao palco e após um breve agradecimento, a gente se virou para ir embora. Andei trêmula até a saída, recebendo um sorriso de Vânia que me impediu de sair completamente do palco.
─── Você foi incrível, Tiana. Estou orgulhosa de você!
Eu ri, balançando a cabeça.
─── Eu tinha esquecido de como era boa essa sensação pós palco. Todos se saíram bem demais!
