THUR (LOUD) | Concluída ✔
Tiana sempre amou a chuva. Sempre amou as gotas escorrendo na sua janela, o toque melancólico e poético que ela trazia e a sensação de aconchego em meio ao caos. Ela gostava tanto ao ponto de passar horas encarando o céu, d...
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Um teto branco.
Esse foi o meu primeiro pensamento quando, ainda com a cabeça latejando, eu tive assim que abri os olhos. Entretanto, conforme eu recuperava minha consciência, fui percebendo que aquele teto era muito familiar. Assim como o cheiro, o barulho...
─── Acordou! ─── Meu médico disse, aparecendo na minha visão. ─── Tudo bem, Tiana? Pensei que não te veria tão cedo, mas duas vezes no mesmo dia é o recorde.
Minha cabeça doeu de novo. Levei a mão até lá, forçando meu corpo para cima até estar encostada ao invés de deitada.
─── O que aconteceu?
─── Essa é uma boa questão. ─── Ele disse, focado na ficha médica, ao tempo que minha mãe empurrou a porta do quarto e entrou com um copo de café. ─── Como eu estava falando com sua mãe e seu irmão assim que chegamos aqui. Você sofreu uma batida, Tiana, uma na cabeça. Embora tenha sido há alguns meses, você ainda está se recuperando. Quando eu pedi para repousar e evitar situações extremas, como estresse, era isso que estava falando.
Assenti, mordendo o lábio inferior. Olhei em volta, a procura de alguém, mas ele não estava ali. Bem, eu praticamente cheguei na hora do seu voo, então nesse momento ele já deveria estar bem longe daqui.
─── Por sorte, é apenasisso. Você desmaiou por conta do estresse e não apresenta nada alarmante nos exames. ─── Ele se virou para minha mãe.─── Colocamos ela no soro. Como está ainda no começo, eu volto daqui a duas horas para assinar a alta.
─── Certo, obrigada doutor. ─── Mamãe usou aquele tom. Aquele que me dizia sobre o quanto eu devia estar encrencada agora. Meu médico sorriu e em seguida saiu. Olhei para a agulha enfiada no braço, distraidamente. ─── Sinceramente, Tiana...
Ela começou. Senti meu rosto arder, seja por vergonha ou constrangimento e mordi o lábio inferior.
─── Me desculpa, mamãe.
─── Você não sabe como eu coração parou quando Raffael me ligou dizendo que você estava no hospital. Vocês saíram sem me avisar, eu nem se quer percebi e então BUM, uma ligação. Eu e seu pai pensamos em tantas coisas no caminho até aqui...
─── Eu sinto muito. ─── Sussurrei de novo. ─── Não queria...
─── Não, eu sei que não. No entanto, você deve pensar melhor antes de fazer algo que vá te colocar em perigo. Você ouviu o doutor, não ouviu? ─── Concordei, encarando minhas mãos. Ela estavam trêmulas, assim como meus braços. Era uma novidade esse. Ele tinha aparecido após o acidente, mas nem os médicos sabiam dizer se era por conta dele ou se apenas tinha evoluído por conta própria. De qualquer forma, eu sabia que tocar seria praticamente impossível agora.─── Tudo bem. Só não faça uma dessas mais uma vez, ok? Eu juro que não vou aguentar outro susto desses. Você conseguiu conversar com ele?
