"A culpa é da bebida"

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Só de sentir o cheiro da bebida, já me enjoou o estômago. Eu não pude amarelar e na contagem de três, dois, um, nós viramos a dose da bebida mortal. Assim que ela caiu no meu estômago, eu quis vomitar, mas resisti, a Duda fez uma cara feia, porém a mesma também resistiu.

- Uau, as duas damas da noite estão resistindo bem. - disse a Brenda em risos - Não vou insistir em mais um por que o negócio vai ficar tenso. Então, vamos dar um tempo, dou dez minutos. Aquela que ficar mais alta, perde.

* Brenda nos arrasta até a pista de dança.

As luzes estavam piscando, o que aumentava a minha euforia. A batida da música fazia o meu coração bater no mesmo ritmo, minha cabeça parecia não estar mais em meu corpo, eu estava flutuando e nem sentia mais o chão. As pessoas pulavam e dançavam ao meu redor e eu só me deixei levar a música. Depois de alguns minutos dançando como uma louca, vi a Brenda beijando a Duda, eu já sabia que era armação desde o primeiro momento. Olhei para outro lado e notei que o Rick me olhava fixamente, eu virei o rosto para a frente e vi o Gabriel do lado da idiota da Samantha, ambos apreciando o show. Com sangue nos olhos e um teor alcoólico quase no nível coma, eu cutuquei as duas sapatas e disse em voz alta:

- Vocês querem ver show? Então vejam isso. - sai cambaleando por volta das pessoas e fiquei no meio da pista de dança.

Olhei para o lado do Rick e o mesmo me olhou seriamente. Olhei para o lado do Gabriel e da Samantha e ambos me olhavam também. Meu coração estava batendo a mil por hora, eu tinha que escolher, preferi ir para o inferno de tobogã e abraçar o capeta. Me virei e fui para o lado do Rick, seus amigos deram espaço, parti pra cima dele e o empurrei contra a arquibancada da quadra, ele caiu sentado.

- Você tá ficando louca? - Rick fechou a cara.

* Me sento no colo dele, ficando de frente para ele.

- Eu já sei por que você me odeia tanto, Rick. - olhei bem no fundos dos seus olhos verdes.

- Garota, você está bêbada?

- Eu tomei um drink ou quatro, mas eu aguento beber. - Coloquei meus braços em torno do pescoço dele - Eu sei que você gosta de mim.

- Sai de cima de mim.

- Faça aquilo que você sempre desejou, Rick. - aproximei minha boca da dele.

- Não vou pedir de novo, sai de cima de mim. - Rick fala, mas sua voz não tem firmeza para me fazer sair de cima. Seus olhos estavam fixados em minha boca.

- Tenta de novo, Ricardinho. - o provoquei.

- Não me chame assim! - bem rápido, ele segurou o meu rosto com as duas mãos e me olhou nos olhos - Você está maluca, acha mesmo que eu quero te beijar? Você está muito enganada, Joaninha.

- Não quer?

- Óbvio que não!

- Então por que você está com esse volume ai? - brinco.

- Já chega de show! - Rick se levanta e me pega no colo.

- Me larga, porra! - dou uma série de tapas nele, mesmo assim, ele não me soltou.

- Vamos sair daqui. - Rick me jogou nos ombros e eu só tive consciência de tapar a minha bunda com a mão, para não mostrar a calcinha.

- Me solta, filho da puta! - grito.

- Solta ela! - era a voz do Gabriel.

- Sai da frente, quatro olhos. Isso não é da sua conta! - Rick grita.

- Me chamou de quê, seu lixo? - Gabriel retruca.

* Rick me coloca no chão e parte pra cima do Gabriel e vários meninos o seguraram.

- Parem já com isso! - grito - Gabriel, cuida da sua vida, você já causou demais hoje.

- E você não? - ele retruca.

- Aceita que dói menos! - empurro os meninos de perto do Rick e o beijo.

Rick resiste por um tempo, devido a sua raiva, mas logo ele cedeu. Seus lábios macios e sua barba curta, me fizeram arrepiar dos pés a cabeça. As pessoas que estavam a nossa volta gritavam e riam sem parar. Senti o Rick apertar a minha cintura contra ele, intensificando mais ainda o beijo. Sinto um braço me puxar para trás.

- Já chega! Vamos para casa. - vi que era a Brenda - E vocês dois, vão procurar o que fazer! - Brenda se referiu ao Gabriel e o Rick.

Senti ela me puxar e me arrastar para fora da quadra, tudo depois foi se apagando e só me lembro de flashes. Só me dei conta que eu ainda estava viva, quando eu me vi sentada no chão, vomitando dentro de um vaso sanitário e a Brenda do meu lado.

- Isso, bota tudo pra fora! - Brenda me apoiou.

- Que merda foi essa? - respondi após vomitar horrores.

- Absinto. - ela me responde.

- Isso tem gosto de morte.

- E a boca do Rick, tem gosto do que? - ela ri e logo após, vomitei novamente - Isso responde a minha pergunta. Sorte sua que amanhã você não se lembrará de nada.

- Merda. - assim que terminei me sentei no chão e me escorei na parede.

- Espera, eu vou te trazer uma água. Não sai daí! - Brenda fecha a porta do banheiro.

Sem conseguir me mover muito, pego o meu celular e ligo para o meu primeiro contato. Depois de alguns toques a pessoa me atende:

- Filha? Aconteceu alguma coisa? Olha a hora que você me ligou.

- Mãe? Ah, merda! - dei risada.

- Solange?

- Oi mãe, como vai?

- Que voz é essa? Você andou bebendo?

- Eu nem sei o que é isso! - ri muito dessa vez.

- Solange, eu não te eduquei assim!

- Relaxa mãe, eu estou bem. Foram dois beijos e uma ameaça de morte, não se preocupe.

- Ameaça de morte? Como assim?

* Brenda volta com o copo d'água.

- Eu tenho que desligar mãe, te amo muito! - ri.

- Solange, não ouse desligar... - desligo o celular.

- Você estava ligando para a sua mãe? - acenei com a cabeça e ela entendeu que eu fiz merda - Que droga, Sol. Me dá o seu celular, tá confiscado. - Ela puxa o celular da minha mão e depois me entrega o copo d'água.

* Eu bebo tudo.

- Você está no seu dormitório, não se preocupe. Vou te colocar na cama. - ela me ajuda a levantar e vou cambaleando até chegar na cama. - Agora é só dormir, eu vou te vigiar a noite toda se precisar.

- Não precisa, vai se divertir com a sua namorada. - me joguei na beliche, na parte de baixo - Droga, o lençol está com cheiro do perfume daquela vegana desgraçada!

- Ela não é vegetariana?

- Que se foda! Eu quero que ela, o Gabriel e todos os vegetais do mundo se explodam! - grito.

- Já chega madame, quer que o supervisor te coloque pra fora? Sem exaltações. - ela ri e me cobre com um cobertor.

Eu sinto o sono me dominar, fecho os olhos e só deu tempo de dizer essas palavras:

- Fiz merda na frente dos outros, né?

- Fez sim, mas não importa. Durma e amanhã você resolve isso.

* Me entreguei ao sono profundo.

(Continua)

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