Game Over

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𝑺𝒐𝒍𝒂𝒏𝒈𝒆 𝒏𝒂𝒓𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐:

Os dias foram se passando e a pior época de chuvas do ano estava on. Já fazia dez dias que chovia sem parar, o tempo melancólico e os pensamentos errados invadiram a minha mente.

Na hora do almoço, para a minha surpresa, vi o Rick passando pelos corredores da faculdade. Eu não ia correr atrás dele igual uma cadelinha, mas o segui até ver o que ele veio fazer aqui depois de tanto tempo. Rick entrou no bloco dos dormitórios masculinos e entrou em um dos quartos. Eu fiquei exitando, será que eu vou? Será que eu não vou? Mas eu fui, olhei de um lado para o outro e vi que não tinha ninguém naquele corredor, então eu fui até a porta do dormitório dele e abri. Para o meu azar, ele não estava sozinho.

- Rick eu preciso... - assim que vi o Michel, eu perdi todo o foco.

- Ah, oi senhora! - Michel deu um tchauzinho, deitado na cama só de cueca e com um notebook no colo.

- O que você está fazendo aqui? - Rick me olhou com os olhos arregalados.

- Eu vim falar com você. - mantive a firmeza até o fim.

- Eu não tenho nada pra falar com você e saiba que se alguém te pegar aqui, você estará suspensa. - ele respondeu secamente.

- Não me interessa, foda-se essas regras estúpidas. Todo mundo sabe que os alunos se comem de madrugada nos dormitórios.

- Caralho, essa eu não sabia. - Michel riu.

- E você sai já daqui. - ordenei.

- Eu por que? - Michel respondeu com a mão no peito, fingindo estar magoado.

- Não vai, Michel. Ela que tem que sair. - Rick me ameaçou com os punhos serrados.

- Você vai sair, Michel, ou vou ter que te arrancar pelos cabelos? - ignorei completamente a ameaça do Rick.

- Posso pelo menos vestir uma roupa? - eu virei o rosto para a parede e ele vestiu suas roupas - Muito obrigado por ter me expulsado do meu quarto - Michel passou por mim e abriu a porta, antes, ele parou do meu lado e me lembrou da promessa que eu fiz - Ah, eu não esqueci das fotos, espero que você não tenha esquecido, Solzinha.

* Michel mexeu em uma mecha do meu cabelo e saiu sorrindo.

- Vai embora! - Rick deu de ombros.

- Eu não vou. - tranquei a porta - Você pode ter me expulsado da casa da sua mãe, mas aqui você não vai me expulsar.

- Quer pagar pra ver?

- Tenho dó de você, Ricardinho. - peguei a chave da porta e segurei bem firme.

- Não me chama assim! - Rick deu dois passos em minha direção.

- Não tenta me intimidar, eu estou aqui, vou falar e você vai me ouvir! - eu estava toda trêmula, meu coração estava disparado e o meu corpo todo queimava, mas eu fingi ser forte. Não ia deixar aquele homem brincar comigo.

- Não sou obrigado a te ouvir! Me dá essa chave! - Rick tentou pegar a chave, mas eu a coloquei dentro do meu sutiã - Você acha que eu não sou capaz de pega-la?

- Isso é abuso sexual.

- Não é abuso quando você quer que eu a pegue. - Rick me encostou na parede.

Realmente eu queria que ele a pegasse, mas eu me mantive firme e forte, mesmo ele exercendo um papel de dominador sobre mim.

- Quem disse que eu quero, idiota? - peitei ele.

- Seus olhos dizem isso. - ele tocou em meu rosto e me fez tremer - Você mente, seu corpo diz ao contrário.

* Suspirei fundo e o empurrei.

- Esse joguinho já não cola mais, Rick. Eu vim aqui só por um motivo, te dizer tudo o que está atravessado aqui na minha garganta. Eu não vou conseguir dormir, comer e viver se eu não te dizer isso.

- Deus me livre ser a causa das suas noites mau dormidas. - Rick debochou e se encostou na parede com os braços cruzados.

- Você não está levando a sério, mas foda-se. - reuni todas as minhas forças e desabafei - Ricardo Almeida, você é o ser humano mais arrogante que eu já conheci! Você é bipolar e uma caixinha de surpresas que não tem nenhuma surpresa boa. - Rick sorria de canto enquanto eu falava - Você pode ter crescido junto comigo e achar que sabe tudo sobre mim, mas não sabe! Por último, eu sinto muito por sua mãe estar doente, de verdade mesmo e eu só queria poder vê-la pela última vez. Você querendo ou não, eu vou. Então não tente me impedir, não tente me maltratar, se você fizer isso eu vou passar por cima de você!

- Já terminou?

- Já.

- Agora eu que vou falar. - Rick começou a andar em minha direção - Solange Campos, você é uma mulher muito ingênua, dondoca e mimada. Sua voz me irrita, seu rosto doce e angelical me deixa louco... - ele se encostou em mim e olhou no fundo dos meus olhos - Sua boca me chama, o seu cheiro me embriaga e é por isso que eu te odeio.

- Você me odeia? - perguntei com a voz totalmente ofegante com tamanha aproximação.

- Muito. Tanto que eu perco a cabeça quando estou perto de você. - Rick pegou em meu pescoço com uma das mãos e me jogou na cama.

* Fechei os olhos, sentindo o êxtase do momento. Senti a boca do Rick passando pelo meu pescoço, dando leves beijos, uma de suas mãos percorriam minhas pernas nuas, já que eu estava de short curto.

- Olha só você, Joaninha.. - Rick sussurou em meu ouvido - Tão entregue, tão submissa. Chega ser tão excitante.

Essa frase me excitou tanto, fechei as minhas pernas e as esfreguei uma na outra, tentando evitar aquela sensação que subia por elas. Rick por sua vez, riu vendo a cena.

- Que garota safada... - ele foi descendo sua boca até o meu peito e foi lambendo cada pedaço de pele deles.

Eu soltei um pequeno gemido, ainda com os olhos fechados. Rick continuou passando sua língua quente por meus seios, até alcançar a chave que estava no meio deles. Ele puxou a chave com os dentes, eu automaticamente abri os meus olhos e ele riu.

- Game over. - Rick saiu de cima de mim, abriu o armário e pegou uma mochila de roupas. Eu só tive forças para me sentar na cama e olhar a cena, ainda sem reação e com uma cara de sem graça - Eu não quero ver você perto da casa da minha mãe, passe por cima de mim se for capaz.

Rick destrancou a porta e saiu, me deixando sozinha lá e com uma cara de tacho. Me levantei e sai de lá em passos rápidos, tentei alcança-lo, mas não consegui. Ele subiu em sua moto e saiu em disparada, enquanto a chuva caia lá fora.

(Continua)

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