Uma semana se passou e tudo voltou a normalidade, exceto pelo fato da Samantha ter arrumado outra colega de quarto. Ela ainda não voltou a falar comigo, mesmo quando o Gabriel contou toda a verdade para ela. O fato é que eles estão oficialmente namorando e depois do Gabriel e eu ter reatado nossa amizade, a Samantha tem ficado muito mais enciumada que antes.
Era sábado e eu estava com um punhado de rosas brancas nas mãos. Ouvi dizer que a madame Anastácia gosta muito dessa flor, a minha intenção era agradá-la e evitar mais confronto. Fui informada que ela se encontrava em seu quarto, lendo um livro e tomando uma xícara de chá. Bati na porta do seu quarto e entrei:
- Bom dia, Anastácia. - fui simpática, mas como sempre, a velha se quer olhou para mim.
- Bom dia pra quem? - ela resmunga.
- Como a senhora está se sentindo?
- Eu estava bem até você chegar, garota. - ela me olhou por baixo dos óculos.
- Bem, eu te trouxe flores. Sabe, para alegrar sua vida e trazer um aroma diferente pro seu quarto. - vejo um vaso de flores vazio em uma mesinha de canto. Pego e já coloco as flores dentro.
- Aroma diferente? Que tipo de aroma tem o meu quarto? - Anastácia fechou o livro e me olhou, desconfiada.
- Tipo mofo, sabe? - seguro a risada.
- Garota, você perdeu o juízo? - ela ficou irritada, mas para mim foi mais cômico do que ofensivo.
- Não, senhora. - sorri - Eu vou lá fora, preciso buscar água para botar no vaso. Eu já volto.
- Vai, vai. - ela deu de ombros.
* Fui até a cozinha do asilo e peguei um jarro de água. Quando voltei, Anastácia estava em pé, com uma das rosas na mão.
- Senhora? - meu sorriso foi de orelha a orelha. Ela realmente gostou do meu presente.
- O que é? Não posso pegar uma?
- Claro que pode, são para a senhora.
- Hum. - ela fechou a cara e se sentou em uma cadeira de balanço - Então você veio do orfanato? O meu bebê falou muito de você.
- Bebê? - dei risada.
- Qual é a graça? - ela ficou brava.
- Nenhuma, senhora. - segurei o riso - O que o seu be.. Quer dizer, o que o seu filho disse sobre mim?
- Disse que você é uma menina muito mimada, chata e fresca.
- Eu sou o que?
- Enfim, fiquei curiosa. Qual a sua história, menina? - Anastácia cruzou as pernas e me olhou, esperando que eu falasse.
- Bem, é uma longa história. - coloco água no vaso.
- Eu não tenho muito tempo de vida, então começa logo. - ela fez beicinho.
- Tudo bem. - suspirei fundo e me sentei no chão, bem de frente para ela - Meus pais biológicos eram dois viciados em drogas. Minha mãe ficou grávida e acabou me abandonando assim que eu nasci. Meu pai cuidou de mim o máximo que pode, mas ele roubava para sustentar o vício e me dar comida. Até que um dia ele foi preso por roubo e eu fui levada para orfanato.
- Entendo. E o seu pai, onde ele está agora?
- Não sei. Eu nem me lembro mais dele, é como se ele nunca tivesse existido. Não me lembro do rosto dele, só das atitudes e de algumas coisas que ele me dizia. - sorri ao lembrar.
- Do que se lembra?
- Ele tem uma voz inconfundível, é bem calma. Ele desenhava muito bem, aliás, foi ele que me ensinou a desenhar. As vezes ele me levava para uma lan house para ver animes na internet. Tínhamos pouco dinheiro, só dava para ficar meia hora lá. - apesar de tudo, eu era feliz ao lado do meu pai biológico. Ele me fazia muito bem, era um bom homem e cuidava de mim. Ele só não era perfeito.
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PAIXÃO INDOMÁVEL 🔥
RomanceSINOPSE: Solange Campos é uma garota de 19 anos que está cursando desing gráfico em uma das faculdades mais renomadas do país. Sol foi adotada por uma família rica após passar anos em um orfanato, mas isso não a livrou dos perrengues de ser uma calo...