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Acordei com um empurrão, abri os olhos rapidamente e vi a Samantha com uma cara enfurecida.

- Qual é, Samantha? - pulo da beliche para o chão.

* Samantha me empurra contra a parede.

- Ele era só o seu amigo, não é? Amigo é o caralho! - a baixinha botou o dedo na minha cara.

- Espera aí, você pode me dizer o que foi que eu fiz? - ergo o meu tom de voz.

- Não seja sínica, Sol.

- Não me diga que você está falando do Gabriel. - ri.

- Não debocha da minha cara! - Samantha me puxa pra frente e me joga com mais força contra parede - Essa doeu. - ri.

- Eu só não acabo com a sua vida por que eu amo todos os seres vivos desse planeta, mesmo que sejam vadias igual a você. - Samantha me solta e começa a colocar suas coisas dentro de uma mala grande.

- É sério que você vai brigar comigo por causa de macho?

- Não é só por causa dele e também por causa da sua traição. - Samantha continua colocando as suas roupas dentro da mala, sem sequer me olhar - Você soube desde o início que eu gostava dele e me garantiu que ele era seu amigo. Agora ele vem me dizer que gosta de você e que ficou com você, em menos de duas horas depois que a gente ficou.

- Samantha..

- Cala a boca! - ela me olha com os olhos em chamas - Era só você ter me dito que gostava dele e eu pulava fora.

- Me escuta, Samantha. Eu não gosto do Gabriel, pelo menos não do jeito que você pensa. Ele que me beijou. - tento argumentar.

- Essa é clássica, não cola. - Samantha acaba de fazer as mala - Achei que fossemos amigas, Sol.

- Eu só te conheço a duas semanas.

- Babaca! - Samantha pega a mala e sai.

- Porra! - grito.

A minha vontade era de bater com a cabeça na parede. Que dia foi esse? O mundo parece que tirou o dia para me  castigar, o que será que eu fiz? Olhei pela janela e vi que já estava de noite, lembrei da festa, fui direto pro chuveiro, tomei um banho bem gelado e coloquei um vestido todo preto, um tênis branco e a minha pochete colorida. Fiz uma trança boxeadora, coloquei meus brincos de prata e o pingente que a minha mãe me deu. A maquiagem foi simples, corretivo, blush, máscara de cílios, lápis preto e delineador, para terminar um gloss. Coloquei a pulseira e esperei as meninas me chamarem na porta, o que não demorou muito.

Apareceu na porta a Brenda e mais duas meninas que eu não fui com a cara, pelo visto, nem elas foram com a minha. Brenda colocou o braço em volta do meu pescoço e disse:

- Está pronta para a maior festa da sua vida?

- Só quero beber. - respondi secamente.

- Essa é das minhas! - ela ri - Vamos, meninas!

            ***********

* 𝑄𝑢𝑒𝑏𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜.

A festa foi organizada pelos atletas da faculdade, os veteranos, filhinhos de papai e patricinhas. A quadra esportiva da faculdade estava toda decorada com luzes por fora e por dentro. Havia uma fileira de carros parados no estacionamento, uma multidão de pessoas vestindo preto, alguns já estavam altos e outros frios como eu. Depois de alguns minutos, entramos dentro da quadra, havia um enorme bar com uma quantidade imensa de bebidas, barmans sem camisa e super malhados. Era a maior perdição, o Dj tocava música eletrônica e já havia uma movimentação considerável na pista de dança, mas ainda era cedo.

- O que vamos fazer primeiro? - perguntei a Brenda.

- Shots! - ela responde empolgada.

- Vamos ver se a sua amiga gosta de brincar de vira. - uma das amigas da Brenda me olhou de cima a baixo.

- Qual o seu nome mesmo? - perguntei.

- Duda. - ela fez uma cara feia.

- Quer apostar? - arqueei a sombrancelha.

- Claro. - Duda respondeu com firmeza.

- Isso é maravilhoso! - Brenda parou no meio de nós duas e nos fez olhar para a porta, onde no mesmo instante, apareceu um grupo de garotos e nele estava o diabo em pessoa, Rick. - É o seguinte, serão sete shots de tequila. Aquela que não conseguir beber todos ou vomitar, vai ter que ir até o Rick e o beijar.

- Tá ficando maluca? - respondi.

- Qual o problema? - Brenda me perguntou com um sorriso malicioso no rosto.

- Quem vai querer beijar aquele idiota? - cruzo os braços.

- Eu não, sou lésbica. - respondeu a Duda.

- É isso, Sol. A disputa está ficando melhor do que eu imaginava. - ela riu.

- Isso está me cheirando a armação. - fechei a cara.

- Vai amarelar? - Duda me provocou.

- Claro que não, por que eu não vou perder. - respondi.

- Isso é o que vamos ver. - Duda se vira para o balcão e pede 14 shots de tequila - Sol, Sol, você vai ter que beijar a boca do cara mais odioso dessa faculdade. Tenho pena de você, sorry.

Apesar do Rick ser um cara bastante atraente, a péssima fama dele de ser um garoto problemático, encrenqueiro e babaca, fazia todas as meninas o odiarem. O que ele fazia comigo, o mesmo fazia com as outras também, ele odiava todas as meninas pelo mesmo motivo que ele me odiava. Chegar perto dele era impossível, beijar a boca dele é quase que um castigo. Já pensou em como é o beijo do diabo? Essa possibilidade me causava calafrios. O barman colocou os shots sobre o balcão e logo começou o show de horrores.

- Um brinde? - Duda levanta o shot.

- Que vença a melhor. - levantei o meu.

- E já! - disse a Brenda.

Começamos a virar e virar, a bebida descia e queimava toda a minha garganta, o sabor não era nada agradável, me fazia tremer. As meninas botavam pilha e isso me deixava mais nervosa. Até que todos os 14 foram bebidos e nós duas aguentamos firme.

- Como você está se sentindo, Sol? -  Brenda me perguntou.

- Estou bem. - assim que respondi, vi o mundo inteiro girar ao meu redor, mas fixei a visão e me mantive firme.

- E você, Duda?

- É só isso que a vadia tem pra me mostrar? - Duda me provocou.

- O que foi que você disse? - dei um passo para frente e a Brenda entrou na minha frente.

- Calma, a disputa aqui não é física - ela me olha - Vamos esquentar as coisas, que tal absinto?

- Você está ficando maluca? - quem assustou agora foi a Duda.

- Você está amarelando, bitch? - provoquei a Duda.

- Garota, você não sabe o que está falando. - Duda ri.

- Se você não topar, vai ter que beijar a boca de um hétero top hoje. - Brenda provocou a amiga.

- Que desgraça, Brenda! Você me paga! - ela se vira para o balcão e pede duas doses de absinto.

- Que comece os jogos vorazes! - diz Brenda.

- Que a sorte esteja sempre ao seu favor. - disse Duda após entregar a bebida na minha mão.

( Continua) 🔥 - continua ainda hoje.

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