Lei do retorno

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Na manhã seguinte, tomei um café no campus e fui para o hospital. Eu estava decidida a esquecer o que tinha acontecido na noite passada. Estava ocupada demais para descontar todo o meu rancor no Gabriel, que além de tudo, me deixou uma marca no pescoço que eu tive que esconder usando uma blusa de gola alta.

Chegando lá no hospital, enviei uma mensagem para o Rick e avisei que eu estava lá embaixo na recepção. Ele visualizou, mas não respondeu. Fiquei aguardando ele chegar, até que ele chegou, com uma cara estranha.

- Ei, como está o Samuel?

- Ele está bem. - Rick me deu um beijo na testa.

- Então, aconteceu alguma coisa? Você está com uma cara estranha.

- Eu recebi uma notícia ruim, nessa madrugada. - Rick se sentou na poltrona, junto a mim.

- Me diz, o que aconteceu? - Peguei em sua mão e a segurei forte.

- A Giovana cometeu suicídio.

Meu coração parou de bater por alguns segundos. Eu fiquei em choque.

- Eles encontraram o corpo dela em casa. Ela estava na banheira, com os pulsos cortados e do seu lado havia algumas cápsulas de cocaína. - Rick abaixou a cabeça e respirou fundo.

- Meu Deus! Eu sinto muito mesmo, Rick. - O abracei.

- Não sinta. Ela teve o que mereceu. - Rick olhou pra mim com os olhos cheios de rancor e mágoa.

- Oh, Rick. - Me senti mal por tudo o que ele estava passando.

- Só não sei como eu vou dizer isso ao Samuel. Tão menino e tendo que passar por todas essas merdas.

- Vamos lidar com isso, Rick.

- Não, Sol. Eu vou lidar com isso, você não tem nada a ver com os meus problemas. - Rick se levantou, foi em direção a saída do hospital e eu fui atrás.

- Rick, somos parceiros agora. Eu estou aqui pra te ajudar da melhor maneira possível.

- Eu sei que você quer me ajudar, mas agora as coisas estão muito complicadas - Rick se encostou na parede da entrada do hospital - Esse menino só tem a mim, não sei o que vou fazer pra cuidar dele agora.

- Eu ajudo você.

- Me ajudar de que maneira?

- Rick, nós somos adultos, podemos comprar uma casa e dar uma vida decente pra esse menino. Lógico que ele vai ter que passar por alguns tratamentos psicológicos, mas pense bem - Fiquei na frente do Rick e o abracei pela cintura - Nós dois somos PhD nisso, lembra? Terapia, muita conversa...

- Eu não queria que ele passasse por isso. - Rick me olhou nos olhos.

- Eu sei, eu também não queria. - Beijei ele nos lábios - Não tente me afastar agora, Rick. Vou te ajudar, você gostando ou não.

- Você é muito teimosa, sabia? - Rick revirou os olhos.

- Eu sou - respirei fundo - Você está bem, em relação a sua irmã?

- Nós não tinhamos muito carinho um pelo outro. Ela sempre fez questão de demostrar um certo desprezo por mim. Claro, eu estou chocado, tanto quanto você. Mas eu não consigo sentir nenhum sentimento por ela a não ser pena. - Rick coçou a cabeça.

- Eu entendo. - o abracei novamente.

Rick me deu um beijo, longo e demorado. A necessidade de estar com ele e de tocá-lo começou a tomar conta de mim. Ele tocou no meu pescoço e eu dei um pulo para trás, evitando o inevitável.

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