Eu estava sentindo o meu coração muito apertado. Era estranho aquela sensação de angústia, o cheiro do perfume barato da Anastácia, apareceu no ambiente. Não importava o volume de chuva que fazia nesses dias e muito menos o tamanho da raiva do Rick. Eu tinha que ir vê-la, alguma coisa me dizia que era a última vez.
Matei aula e fui até uma floricultura próxima ao campus. Comprei uma única rosa branca, peguei um Uber e fui direto para a casa da Anastácia. A chuva não dava trégua, as ruas estavam vazias, não tinha nenhuma alma viva. Nem no bairro onde ficava a residência da Anastácia, que se dizia perigosa, não tinha ninguém nas ruas. Sai do Uber com o meu guarda chuva cinza e fui até a porta da casa. Eu estava nervosa e com muito medo de ser expulsa de lá novamente, mas bati na porta e mantive a postura. Não demorou muito e abriram a porta, era uma criança, um menino de aproximadamente sete anos.
- Oi, eu sou a Sol, amiga do Rick. - Sorri.
- Você é amiga do tio Rick? - O menino coçou a cabeça.
- E você deve ser o sobrinho dele?
- Não é só isso, sou amigo dele também.
- É claro. - ri - Qual o seu nome?
- Samuel.
- Eu posso entrar, Samuel?
- Eu não posso deixar ninguém entrar, foi o tio Rick que disse. - ele fez beicinho.
- Você está está sozinho em casa? - tentei olhar para dentro da casa.
- Eu estou. O tio foi comprar alguns remédios para a vovó.
- Eu vim aqui justamente para ver ela e trazer uma rosa pra ela. - mostrei a rosa e ele sorriu.
- A vovó gosta muito de flor, como você sabe? - O Samuel pegou a rosa da minha mão.
- Eu cuidei dela quando ela estava lá na casa de repouso.
- Então você é a menina chata?
- Como?
- Minha vovó disse que tinha uma menina muito chata e desagradável que cuidava dela, é você?
- Sou eu. - dei risada lembrando da Anastácia.
- Entra, tia. - Samuel me deixou passar.
Eu entrei e encostei o meu guarda chuva na porta. A casa era bem simples, alguns brinquedos estavam espalhados pela casa e havia um aroma de comida caseira pelo ar. O menino pegou na minha mão e me conduziu até o andar de cima, após subir alguns degraus, chegamos a porta do quarto da Anastácia. O menino bateu na porta e entrou, em seguida eu fui atrás. Anastácia estava pálida e com olheiras profundas, bem diferente dos dias em que a vi elegante e perfumada.
- Vó, aquela moça chata te trouxe uma rosa. - o menino se aproximou lentamente da cama e Anastácia sorriu.
- Eu sabia que você viria. - Apesar da voz fraca, eu pude ouvir tudo.
- Não vou perguntar se a senhora está bem, estou vendo que não. - me aproximei da cama.
- Seria uma pergunta idiota, mas vinda de você, posso esperar qualquer coisa. - essa era a velha Anastácia.
- Senti falta das suas costumeiras farpas, Madame. - me sentei em uma cadeira que estava do lado de sua cama.
- Querido, pode nos deixar sozinhas? - Anastácia pediu ao menino.
- Sim, vovó. - o menino deu um beijo no rosto dela e saiu correndo.
- Você veio de tão longe só para me ver, ou para ver o meu filho?
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PAIXÃO INDOMÁVEL 🔥
RomanceSINOPSE: Solange Campos é uma garota de 19 anos que está cursando desing gráfico em uma das faculdades mais renomadas do país. Sol foi adotada por uma família rica após passar anos em um orfanato, mas isso não a livrou dos perrengues de ser uma calo...